Ética e Liderança Cristã: abril 2018

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Habilidade para liderança é talento ou aprendizado?


Quem não tem talento para liderar consegue reverter com aprendizado? Confira o que diz Eduardo Ferraz, que acaba de lançar o livro "Gente de Resultados".

O consultor Eduardo Ferraz escolhe ficar exatamente no meio de duas correntes de liderança opostas. Não acredita que liderar seja só um talento inato, tampouco que seja virtude totalmente passível de aprendizagem, influenciada apenas pelo ambiente.

“Existe um componente genético e há fortíssimo componente ambiental”, diz Ferraz, que acaba de lançar o livro “Gente de Resultados: Manual Prático para formar e liderar equipes enxutas e de alta performance” (Ed. Planeta Estratégia).

Predisposição inata fica evidente, por exemplo, em jovens que, quase sem experiência profissional, demonstram facilidade em influenciar colegas de faculdade ou de estágio em trabalhos e atividades em grupo.
A genética de dominância é percebida e valorizada em seleções de programas de trainee, que, em geral, recrutam os candidatos com mais potencial de liderança.
Na visão do especialista, treinamentos aperfeiçoam a habilidade de liderança em quem já tem talento e podem desenvolver essa competência em quem não apresenta essa característica naturalmente. Mas até certo ponto.

“Por experiência, digo que é possível aprimorar bastante a habilidade com treinamento. Mas, em uma pessoa totalmente submissa, com aversão a comandar é extremamente difícil que isso aconteça”, explica.

A metáfora usada pelo ganhador do Nobel de economia em 2000, James Heckman, que compara a personalidade a um prédio, é uma das principais referências de Eduardo Ferraz. Mudar a estrutura de um edifício é impossível, mas reformas que alterem o acabamento são possíveis. Você não muda um prédio de lugar, mas pode alterar a sua cor, a iluminação, entre outros aspectos.
“É possível que uma pessoa tímida aprenda a fazer palestras. É trabalho, é esforço, mas é possível”, diz Ferraz. No entanto, não há treinamento que transforme essa mesma pessoa introvertida em alguém extrovertido.
Na teoria de Heckman, a introversão é comparável à estrutura do prédio e a habilidade de falar em público e a introversão, ao acabamento. “Uma palestra dura duas horas, mas como fazer isso com a liderança? O sujeito não pode bancar o chefe por uma ou duas horas. Por isso, existe um limite de aprendizado de liderança”, diz.

Aptidão e motivação
Numa escala de zero a 100 na liderança, ninguém vai de um oposto a outro apenas com treinamento e estudo, garante Ferraz. “É necessário que ela tenha alguma aptidão, ou que seja neutra, nem submissa, nem dominante”, diz. Ele cita como exemplo alguém que não busca cargo de liderança, mas também não a rejeitaria caso aparecesse uma oportunidade assim na sua carreira.
É que mais do que aptidão, a uma palavra-chave de abertura para o desenvolvimento da liderança é motivação. Confira a relação das duas virtudes (aptidão e motivação) no desenvolvimento de um líder, em cinco cenários diferentes:

Aptidão alta e motivação alta
Obviamente, o melhor cenário para o sucesso em cargo de liderança surge da união entre vontade de aprender e talento para liderar.

Aptidão baixa e motivação baixa
“Se você não tem aptidão e não tem motivação diga não com todas as letras a uma proposta trabalho em cargo de liderança”, recomenda o especialista. Pessoas assim se dão melhor em atividades mais técnicas que não exijam gestão de pessoas.

Aptidão alta e motivação baixa
Ainda que o profissional tenha talento, a falta de motivação é crítica e não é indicado forçar a barra. “Quando percebo que a pessoa não gosta digo que não vale a pena aceitar um cargo de liderança seja para agradar o chefe ou por cona da pressão de assumir uma empresa familiar”, diz Ferraz.

Aptidão média e motivação média
Medianamente motivado e apto, o profissional terá que lançar mão de algum esforço caso queira se aprimorar em função de liderança, segundo o autor do livro “Gente de Resultados”. Caso não se motive mais é provável que não consiga passar de um líder também mediano na sua carreira.

Aptidão baixa e motivação alta
Uma pessoa com baixa aptidão para liderança, mas que esteja extremamente motivada tem mais chance de ter sucesso como líder do que a pessoa que tem talento, mas não tem motivação, segundo o especialista. “ Sem aptidão, vai ser mais difícil, precisa de muito mais esforço mas, é possível”, diz Ferraz.

Publicado originalmente em Exame

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Você é um bom ou ótimo líder?


Joel Comiskey(*)

Um livro que impactou a minha vida grandemente é o From Good to Great (Do Bom ao Ótimo, em tradução livre), de Jim Collins. Collins comparou grandes empresas que registraram vendas recordes por longos períodos de tempo com empresas de “comparação” ou “medíocres”, que existiam no mesmo período de tempo. As empresas de “comparação” ou estagnaram ou apenas experimentaram um crescimento modesto, enquanto as grandes empresas continuaram a bater recordes por longos períodos de tempo. Collins e sua equipe de pesquisa fizeram a pergunta “por quê”? Quais foram os fatores por trás do sucesso das empresas recordistas? Por que as empresas “medíocres” não conseguiram acompanhar?
Uma das principais razões foi o foco. Collins compara grandes empresas ao ouriço, um animal com a aparência de um porco espinho, que faz uma coisa bem: defender-se. As empresas medíocres, de comparação, eram como raposas que perseguem muitos objetivos e interesses ao mesmo tempo. Ouriços são lentos, firmes e despretensiosos. Mas, ao contrário da raposa, eles são capazes de simplificar o mundo e se concentrar em uma visão abrangente.
Escrevendo sobre os líderes das grandes empresas, Collins diz: “Os líderes do bom ao ótimo foram capazes de eliminar muito barulho e bagunça e focar apenas nas poucas coisas que teriam o maior impacto” (p. 87). Eles não ouviram o clamor das multidões, mas focaram suas empresas em uma visão simples. Por outro lado, Collins escreve: “As empresas de comparação lançaram muitos novos programas, frequentemente com grande fanfarra e alvoroço para motivar as tropas” (p. 178). Elas queriam eventos externos para motivar as tropas. Os ótimos líderes, por outro lado, não precisavam do alvoroço porque estavam firmemente focados em sua visão.
Collins escreve sobre a clareza e simplicidade nos ótimos líderes: “Eles têm uma percepção penetrante que lhes permite ver através da complexidade e discernir os padrões subjacentes. Ouriços veem o que é essencial e ignoram o resto ”(91). Por outro lado, Collins escreve: “As empresas de comparação eram dispersas, difusas e inconsistentes” (92).
A igreja em células é muito simples: faça discípulos. O perigo é complicar essa simplicidade e adicionar bagunça e alvoroço. Pode parecer certo envolver as pessoas com eventos e atividades sem fim, mas a atenção delas se dispersa e o discipulado sofre.
Ao escrever sobre as empresas de comparação, Collins diz: “Elas são dispersas ou difusas, movendo-se em muitos níveis, nunca integrando seu pensamento em um conceito geral ou visão unificadora.” Mas então ele diz: “Ouriços simplificam um mundo complexo em uma única ideia organizadora, um princípio básico ou conceito que unifica e guia tudo. Não importa o quão complexo seja o mundo, um ouriço reduz todos os desafios e dilemas a simples – de fato, quase simplistas- ideias de ouriço ”(91).
E você? Você é um ouriço ou uma raposa? Você está claramente focado em fazer discípulos através do ministério celular? Ou está sempre procurando novas maneiras de manter as pessoas ocupadas e entretidas? Dizer não àquelas coisas que fazem com que você se desvie da visão é uma coisa boa. Você também precisará dizer sim a todas aquelas coisas que ajudam você a fazer discípulos que fazem discípulos. A igreja em células é muito simples. Não complique demais.

Publicado originalmente em MDA

(*)É uma das maiores autoridades mundiais sobre o movimento de igrejas em células. Tem PhD em crescimento da igreja pelo Seminário Teológico de Fuller. Foi missionário no Equador.

sábado, 21 de abril de 2018

A ética cristã e o aborto


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO
Na maior parte dos grandes questionamentos éticos, a Bíblia Sagrada possui posicionamento definido e cristalino.
A ética embasada na Lei de Deus e no ensinamento de Cristo é obviamente uma escolha melhor, revela lógica e bom senso, do que uma ética que ambiciona basear-se no iluminismo ou em filosofias mais nova. A partir de um ponto de vista bíblico, é possível declarar por qual motivo o cristão deve ser ético, e também qual é a verdadeira origem da sua vontade de ser ético.

I – ABORTO: CONCEITO GERAL E BÍBLICO

1.1 Conceito geral de aborto
O aborto é o fim da gravidez, a interrupção do nascimento, é a remoção de um embrião ou feto antes que ele possa sobreviver fora do útero, ou seja, é causar a morte do embrião ou feto. Ao ocorrer espontaneamente, é descrito como aborto espontâneo. Se o aborto é causado de propósito, é então chamado de aborto induzido ou "aborto espontâneo induzido". A palavra aborto é freqüentemente usada para significar apenas abortos induzidos.
Hipócrates (460 a.C. - 370 a.C.), foi médico grego, considerado o pai da medicina na cultura ocidental, autor do juramento que leva seu nome. O Juramento de Hipócrates, escrito entre o terceiro e quinto século a.C. é um dos mais conhecidos textos médicos gregos e considerado mais que um rito de passagem para graduados em medicina. O juramento feito solenemente pelos médicos, por ocasião de sua formatura, é a expressão mais antiga da ética médica no mundo ocidental. Apresenta as bases de vários princípios aos profissionais na área da saúde que continuam sendo de suma importância na atualidade. A síntese deste documento aborda os deveres que o médico deve ter para com o seu professor e para com a profissão; inclui os princípios de sigilo e não maleficência; abrange a integridade de vida, a assistência aos doentes e o desprezo pela sua própria pessoa.
Por conta do Juramento de Hipócrates, é amplamente visto como questionável o exercício da interrupção da gravidez na área legal da medicina.

A militância pró-aborto costuma salientar os seguintes argumentos a favor da sua posição:
• O direito da mulher sobre o seu corpo;
• O fato de não se autorizar o aborto faz com que haja muitos abortos clandestinos que envolvem riscos graves para a saúde;
• As mães pobres, que são forçadas a dar à luz aos seus filhos, têm muitos problemas financeiros;
• As mulheres não devem ser forçadas a trazer filhos indesejados ao mundo;
• As mulheres não devem ser obrigadas a trazer filhos gravemente deficientes ao mundo;
• As vítimas de violação ou de incesto não devem ser forçadas a seguir com a gravidez;
• A dissuasão, se for usada, deve ser verbal e pessoal, e não legal;
• O apoio oficial a mães que tiveram filhos sem terem condições materiais para isso é muito dispendioso.

1.2 O aborto no contexto legal.
A consciência da pós-modernidade alega que quando permitido por lei, o aborto no mundo desenvolvido pode ser um dos procedimentos mais seguros na medicina. É discutível a afirmação da Organização Mundial de Saúde quando diz que os abortos induzidos não aumentam o risco de problemas mentais ou físicos a longo prazo, segundo matéria do Journal of Obstetrics and Gynaecology Canada, abortos realizados em instalações insalubres causam 47 mil mortes e 5 milhões de internações hospitalares a cada ano, com cerca de 45% de fracassos.
As leis do aborto e as visões culturais ou religiosas dos abortos são diferentes em todo o mundo. Em algumas áreas, o aborto só é legal em casos específicos, como estupro, problemas com o feto , pobreza , risco à saúde da mulher ou incesto. Em muitos lugares, há muito debate sobre as questões morais, éticas e legais do aborto. Aqueles que se opõem ao aborto freqüentemente sustentam que um embrião ou feto é um humano com direito à vida , e assim eles podem comparar o aborto ao assassinato. Aqueles que defendem a legalidade do aborto freqüentemente sustentam que uma mulher tem o direito de tomar decisões sobre seu próprio corpo. Outros favorecem o aborto legal e acessível como uma medida de saúde pública.

1.3 Conceito bíblico de aborto.
Tal como a eutanásia, o aborto não é objeto de nenhum estudo específico nos livros da Bíblia Sagrada. Contudo, mais ainda do que em relação à eutanásia o texto de Êxodo 23.7, que aborda a defesa do Senhor ao inocente e ao justo, deve ser entendido como pondo de lado qualquer possibilidade de concretizar esse ato, pois Deus não justificará o ímpio. Na lei mosaica, provocar a encerramento da gravidez de uma mulher era tratado como ato criminoso, causar a morte do feto era cabível do pedido de retaliação (Êxodo 21.22,23).

1.4 O aborto na história da igreja.
Em 1973, Jane Wade foi à Justiça americana afirmando que sua gravidez tinha origem em um ato de violação e reclamava a exigência do Estado em que mantivesse a sua gravidez. Ela alegou seu direito a privacidade, com base na Constituição, e afirmou que essa privacidade se entendia ao útero. Seu caso ficou conhecido como Processo Roe-Wade. A sentença dada pelo Tribunal defendeu seu direito à privacidade e consequentemente arrastou vários outros casos de desejo ao aborto a uma situação de extrema permissividade. Vários anos depois que Jane Wade ganhou seu processo e abortou, admitiu que havia mentido, declarou que não havia sido violada e a gravidez fora consequência de falha nos métodos contraceptivos que usara. Em 1995 ela se converteu a Cristo, deixou seu trabalho em uma clínica de aborto e integrou-se a uma igreja cujo pastor é um dos líderes do Movimento Militante Pró-Vida.

II – O EMBRIÃO E O FETO SÃO UM SER HUMANO

2.1 Quando começa a vida?
A Bíblia nos ensina sobre a origem da vida: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente' (Gênesis 2.7). Após o homem ser formado através do processo sobrenatural da combinação das substâncias que há na terra, o Criador lhe soprou o fôlego da vida, dando início, assim, à vida humana. Baseado neste nesse fato, entendemos que, cada ser que é formado, a partir da fecundação, o sopro de vida lhe é assegurado pela lei biológica estabelecida por Deus.
Em Isaías 49.1, encontramos o inicio do segundo dos quatro Cânticos do Servo, que retrata a missão do Messias e há a exortação para que a nação de Israel despreze os conselhos de sabedoria humana. A passagem bíblica refere-se a Jesus Cristo, que se tornaria um ser humano desde o ventre de Maria, que teria que se encarnar e seria conhecido como o Emanuel, que significa Deus conosco (Isaías 7.14).
Sobre a chamada ao ministério profético de Jeremias temos, no capítulo 1 e versículo 5, a informação que Deus o chamou antes que ele fosse formado no útero de sua mãe. Não se trata de reencarnação, trata-se do conhecimento absoluto que Deus tinha de Jeremias e do seu plano soberano para a vida dele antes que ele fosse concebido.
Em Gálatas 1.15, Paulo escreve que Deus o separou ao ministério apostólico antes que ele nascesse. Com isso, não queria dizer que sobre nascer e ser separado fisicamente de sua mãe, e sim sobre ser separado e colocado à parte por Deus para o serviço desde o seu nascimento.

2.2 O que diz a bíblia.
A Bíblia mostra claramente que, no entender de Deus, o feto é uma pessoa.
• Jó 3.3 pressupõe a continuidade entre o ser que é concebido e o ser que nasce.
• Jeremias 1.5 e Isaías 49.1 descrevem a forma como Deus se relaciona com a pessoa quando esta ainda está no ventre de sua mãe.
• O Livro de Salmos, em 139.13-16, revela de maneira comovente que Deus é quem cria o ser humano desde o útero, desenvolve o ser humano no ventre de sua mãe.
• Salmo 51.5 diz que a pessoa tem a tendência de pecar desde o ventre
• Em Lucas 1.41, João Batista é descrito como "criancinha" (brephos, em grego). O texto narra o episódio em que ele saltou de alegria quando ainda estava no ventre de sua mãe Isabel, quando esta recebeu a saudação de Maria, que viria a ser a mãe do Salvador. E em Lucas 2.16, o mesmo termo grego é usado para descrever Jesus, já nascido.

2.3 Qual a posição da igreja?
No mundo greco-romano era comum a prática do aborto. Foi preciso que os pais da igreja entrassem em cena para condenar essa prática. No Didaquê (século II): "Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém nascido". Essa questão contribuiu para estabelecer o debate acirrado, primeiro entre os gregos e depois entre os cristãos, sobre o momento em que o bebê, ainda em formação, recebia a alma, tornando-se um ser humano. Por influência de Aristóteles, o pensamento cristão aderiu à ideia de que o feto era animado pela alma humana apenas em uma fase tardia de sua gestação. Tomás de Aquino afirmou depois que na primeira fase o feto tinha uma alma vegetal, na segunda tinha uma alma animal e só na terceira recebia uma alma que podia ser considerada humana. Em 1588, o Papa Xisto V eliminou esse princípio aristotélico.

III – TIPOS DE ABORTO E SUAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS
A legislação brasileira autoriza a interrupção da gravidez em três casos somente. Neste tópico apresentamos as principais implicações éticas para estes tipos de aborto.

3.1 Aborto de Anencéfalo
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) legalizou a interrupção da gravidez de feto anencéfalo (má-formação rara do tubo neural). A principal implicação ética desta decisão está no descarte de um ser humano por apresentar uma má formação cerebral. Trata-se de uma ideologia racista chamada "eugenia" que defende a sobrevivência apenas dos seres saudáveis e fortes. Uma nítida incoerência de quem defende os direitos humanos e ao mesmo tempo age de modo discriminatório. Neste quesito enfatizam as Escrituras: para com Deus, não há acepção de pessoas (Romanos 2.11). Como aceitar a ideia de que Deus não rejeitaria um ser humano em seus primeiros dias de existência?

3.2 Aborto em caso de estupro
Como não é necessária a comprovação do crime de estupro e nem autorização judicial para o aborto, a lei é permissiva e complacente com a interrupção da gravidez sob a alegação de estupro sem que ele tenha ocorrido. Assim, discute-se a inviolabilidade do direito à vida do nascituro (Art. 5°, CF e Art. 2° do CC). Outra questão ética relaciona-se ao fato de que um crime não pode justificar outro crime.
Para os cristãos o ensino bíblico é claro: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Romanos 12.21). Não convém reagir ao mal com outro mal, o que só produz mais mal. A reação do crente convertido a Cristo é mudar a situação da maldade para atitudes de bondade, benevolência, benignidade, magnanimidade.

3.3 Aborto terapêutico
Procura-se justificar clinicamente esta ação sob a alegação de que a vida de um adulto tem maior valor que a de um ser em gestação. Daí surge questões éticas quanto à valoração da vida humana. Uma pessoa merece viver e outra não? Tertuliano, em sua obra Apologeticum (197), ensinava que não existe diferença entre uma pessoa que já tenha nascido e um ser em gestação. Outra questão é acerca do poder sobre a existência.
É Deus quem dá a vida e nos permite viver em nosso corpo físico. Podemos decidir quem deve viver ou morrer? É apenas da alçada de Deus levar o homem à beira da tumba e quando toda a esperança parece ter tido o fim, levantá-lo outra vez. Estar neste mundo ou deixá-lo é uma decisão que cabe ao Criador e jamais algo que satisfaça aos desejos pessoais de alguma criatura humana. Cada ser gerado tem um propósito nobre a cumprir, maior que a vontade pessoal, portanto, interromper uma gestação é notadamente um enorme equívoco. Portanto, ajamos com sabedoria, prudência e critério, nunca nos esquecendo da sacralidade da vida humana. As Escrituras Sagradas afirmam que a vida e a morte são, unicamente, da alçada divina (1Samuel 2.6; Filipenses 1.21-24).

CONCLUSÃO
Todos os cristãos comparecerão diante do tribunal de Cristo, , no segundo advento, portanto deve estar empenhado em pregar a revelação da Palavra de Deus exatamente como ela é. estar sempre preparado para proclamar a Verdade, deve abordar a questão do pecado na vida daqueles que servem ao Senhor e na vida de quem é pecador não arrependido. A doutrina de Cristo deve ser exposta com mansidão, mesmo que rejeitada (1Timóteo 4.1,2).
Valorizar a dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo. Na sociedade secular, o cristão autentico deve tomar cuidado com relativismo e estar alerta quanto às ações de manipulação de sua consciência e o desrespeito à vida humana,

https://en.wikipedia.org/wiki/Hippocratic_Oath
https://en.wikipedia.org/wiki/Abortion

Para conhecer mais leia "Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais de Nosso Tempo", CPAD, p.44.

Material em fase de conclusão

Publicado originalmente em Eliseu Antonio Gomes

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Como escrever suas metas e tirá-las do papel


Wellington Moreira(*)

Todo início de ano marca um rito de passagem para muita gente, já que costuma gerar promessas do tipo: "Eu vou voltar a estudar!", "De agora em diante cuidarei da minha saúde!" e "Passarei mais tempo com os filhos!", entre outras. Mas várias dessas resoluções de ano-novo continuam apenas como boas intenções porque não se tornam verdadeiras metas ou as pessoas acabam gastando pouca energia em sua execução.
Se você me permite, quero dividir alguns aprendizados sobre esse assunto que podem ser úteis em sua vida:

1) Metas são diferentes de simples tarefas. Só podemos chamar de meta aquele alvo que revela um propósito desafiador, de realização possível, com significância pessoal e prazo máximo de execução. Ou seja, que exige esforço, competência e engajamento ao longo de algum tempo, é possível de ser feito e tem deadline.

2) Coloque tudo no papel. O ato de escrever é um importante exercício de racionalização, ajuda a elucidar o que realmente é prioritário para você e ainda aumenta o seu compromisso com as metas estabelecidas. Ou seja, não se trata de mero preciosismo.

3) Queira mais menos coisas. Muitas pessoas dirigem energia simultaneamente para várias iniciativas - que demandam tempo e dinheiro -, depois não conseguem dar conta delas e acabam desistindo de tudo. Lembre-se de que, além das suas metas, você ainda tem de cumprir uma rotina que já ocupa a maior parte do seu tempo.

4) Equilíbrio é fundamental. Alguns estudos mostram que precisamos estabelecer metas em quatro diferentes campos: pessoal, profissional, familiar e financeiro. Contudo, é importante tomar o cuidado de equilibrar os pleitos, pois é comum que metas no campo pessoal se choquem com objetivos financeiros ou então que um alvo profissional anule o propósito familiar maior - ou vice-versa.

5) Cuidado com aquilo que você quer. Todo objetivo grandioso exige renúncias e precisamos ter o cuidado de não fazer escolhas erradas, como é o caso de quem quer ter uma carreira executiva meteórica e ainda pretende dar atenção total à família e à sua saúde. É cada vez mais comum pessoas "chegarem lá" e logo depois se arrependerem do que escolheram para si.

6) Sem plano de ação só existem boas intenções. Qualquer tipo de meta exige um "como" estruturado. Se você não sabe o passo a passo que deve seguir até o cume da montanha, então possui um propósito que dificilmente se materializará. Para alcançar metas é fundamental desenvolver o lado pragmático das coisas, perguntando-se constantemente: "O que preciso fazer agora?"

7) Deixe de lado aquilo que não é prioritário. Reserve 20% da sua agenda para as metas que definiu ou, infelizmente, acabará consumido pela rotina. Esse tempo virá das coisas que hoje você faz, mas não costumam ajudá-lo a progredir.

8) Disciplina na execução. Muitas pessoas escrevem aquilo que dizem querer alcançar e depois esquecem a folha de papel em algum canto da casa. Lembre-se de que não é a qualidade da meta que o faz "chegar lá" e sim a capacidade de se manter focado naquilo que sabe ser o correto a fazer.

9) Crie lembretes. Colar as metas na porta do quarto, junto ao espelho do banheiro ou no papel de parede do computador parecem medidas muito simplórias, mas esse tipo de lembrete mantém você atento naquilo que realmente importa.

10) Estabeleça marcos de verificação. De tempos em tempos, é importante medir os progressos alcançados e a forma mais fácil de fazer isso é definir desde já quando é que você vai parar para ver o que está ok e o que precisa ser mudado logo. Uma forma simples e fácil de manter este tipo de controle é inserir desde já todos os marcos necessários em sua agenda de compromissos do smartphone.

Todo ser humano tem a necessidade de deixar um legado, mas antes é necessário construí-lo. Ao longo desse ano você fará inúmeras coisas, mas será que se dedicará àquilo que o fará evoluir e crescer? Faço votos que a resposta seja positiva.

(*) Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é especialista em Comunicação Empresarial.
Palestrantente e consultor empresarial nas áreas de Desenvolvimento Gerencial e Gestão de Carreiras, também é professor universitário em cursos de pós-graduação e conferencista em grandes eventos nacionais, como o CBTD (Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento). 
Membro do IBCO (Instituto Brasileiro de Consultores Organizacionais), também é colunista de diversos jornais e portais de internet, bem como autor três livros já publicados, entre eles "O Gerente Intermediário" (Ed. Qualitymark, 2010), referência no país. 
Diretor-executivo da Caput Consultoria, entre seus principais clientes corporativos constam organizações do porte de: Companhia Siderúrgica Nacional, OnixSat, Peróxidos do Brasil, Concessionários Scania, Atlas Schindler, Sonhart, Midiograf Gráfica e Editora, Confepar, Inusittá Ambientes Planejados, Dentalclean, Construtora Plaenge, Romagnole Produtos Elétricos, Folha de Londrina, Scriba Projetos Editoriais, Editora Positivo, Móveis Nicioli, Castrolanda, LDC-SEV, Uniodonto Brasil, Grupo Hayonik e Correios.

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