Entrevista com Lorin Woolfe, consultor de gestão
Na esteira da corrente formada por publicações como O Monge e o Executivo e Jesus, o Maior Líder que Já Existiu, o consultor em gestão Lorin Woolfe buscou nas figuras bíblicas traços que se repetem em casos atuais de sucesso empresarial para escrever Liderança na Bíblia – Lições e Práticas de Liderança que Ensinam, Inspiram e Iluminam (M. Books, 2008). O livro explora as histórias de personagens relevantes, especialmente do Antigo Testamento. O autor foi um dos convidados do Fórum Global de Liderança, realizado pela Estação Business School, em Curitiba, na semana passada. Em entrevista à Gazeta do Povo, Woolfe falou sobre a onda de espiritualidade nos negócios e sobre valores morais aplicados na gestão.
Exitem vários livros que transpõem valores religiosos para o campo da administração. A que se deve a demanda por essas publicações?
Muitas pessoas estão olhando este tópico porque é algo que está emergindo na consciência humana. As pessoas têm espiritualidade e quando chegam no trabalho a deixam do lado de fora. Elas não podem viver em contradição. Então há um movimento de se conciliar a espiritualidade com o trabalho. Mais recentemente, passamos a buscar nos valores espirituais uma forma de melhorar a gestão de negócios.
De que forma essa relação pode ser feita com a Bíblia?
O profeta Samuel, quando escolheu um rei para Israel, perguntou “eu me apropriei do gado de alguém, do jumento de alguém, eu aceitei propina?”. Ele foi honesto e honrou suas responsabilidades. Temos um líder moderno, Charles Wang, que diz que você deve dizer a verdade e honrar seus contratos para ser bem-sucedido. Se você não tem valores você será tentado pela riqueza fácil. Isso acontece frequentemente.
Os bônus pagos a executivos americanos, quando suas empresas apresentavam problemas, é um exemplo?
As pessoas que tomaram esses bônus se esqueceram de todos os valores, inclusive da coragem. No período pré-crise, alguém devia ter alertado: “isso é perigoso, temos de parar com isso”. Mas ninguém teve a coragem para isso. Os bônus deveriam estar conectados também ao comportamento ético e aos resultados de longo prazo, não apenas aos resultados trimestrais.
Você acredita numa mudança de mentalidade após a crise financeira?
Com certeza. As pessoas mais jovens olham o atual cenário e se perguntam: “Vamos fazer o que essas pessoas fizeram? Acho que não”. Isso porque viram o resultado em primeira mão.
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