Reflexão sobre a autoridade
Claudinei Gomes da Silva
"Você sabe com quem está falando?". Certamente que muitos de nós já ouvimos essa frase ser dita e foi mais ou menos isso que disse o Governador Pilatos diante do maior julgamento da História: "Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo?" A resposta impressionante de Jesus veio como balde de água fria ao afirmar: "Não terias nenhuma autoridade sobre mim , se esta não te fosse dada de cima" (Jo 19:10-11).
A autoridade reside em Deus. Mas, parece que esse conceito é difícil de assimilar e Cristo sendo um exemplo e mestre no assunto não usou dessas prerrogativas que lhe eram inerentes. Ter ou ser uma autoridade vai além do simples exigir e mandar. O mundo está cheio de pessoas em postos de comando, convivemos com elas em todos os setores da vida. Em nossos trabalhos, empregos ou Igrejas é onde podemos ver como agem os líderes.
Os abusos ou deturpações nas lideranças sempre ocorrem em algumas organizações onde há líderes ou gestores que não aceitam as críticas e contrariação em suas decisões. Usam o cargo para oprimir e coagir por meio de ameaças e punições. Alguns alcançam o posto de chefia e acreditam que é tão somente para agir e pensar pelos outros. E o que dizer de alguns pastores e líderes onde as idéias de serviço já não fazem parte de suas filosofias ministeriais. Precisamos redescobrir o verdadeiro sentido do servir pelo simples prazer de servir.
O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir. Cristo diante de Pilatos deu-nos uma preciosa lição do que é ter autoridade. Sua submissão diante do Governador sinalizou para um fim maior; Deus seu Pai o qual procurava ouvir e servir na mais profunda intensidade.
Abuso de "autoridade" na Igreja
É justificável que ocorram certos abusos de lideranças em algumas organizações, governos ou nações, pois Cristo ponderou sobre isto, dizendo que no reino dos homens um governa e tiraniza sobre o outro, no entanto os abusos praticados por algumas lideranças de igrejas revelam uma fragilidade e um mal que devem ser tratados com a mais profunda amizade, paciência e graça.
Existem casos de pastores que não têm outras referências a não ser a si mesmos. Autoritários e mandões em suas ações e ou decisões. São líderes de si mesmos e não conseguem reconhecer nenhuma outra liderança que discorde de suas convicções teológicas ou filosóficas. Cristo reconheceu vários líderes religiosos: Nicodemos, o centurião, os escribas e fariseus sendo que nesses dois últimos criticou fortemente as suas ações que iam de encontro com seus discursos.
Reconheço a dificuldade de lidar com este assunto, mas esses temas: orgulho, ego, poder e cargos dificilmente são discutidos sem que haja farpas, ofensas, indiretas ou alfinetadas propositais. Urge que tenhamos coragem e sinceridade para tocar através do diálogo nessas feridas com a intenção de buscar uma cura. Quando ouvimos: "Você não sabe com quem está falando? Eu mando! Eu decido! Aqui sempre fazemos assim! Temos de forma clara um exemplo de alguém que não está servindo, mas que quer ser servido. Onde houver pouca disposição para ouvir e dialogar também haverá fraqueza na liderança.
O rabino Abraham Skorka no livro Razão e Fé num diálogo com o Papa Francisco e o Presbiteriano Marcelo Figueroa escreveu: "Quando a torre de Babel estava sendo construída, se um homem caísse e morresse, não diziam nada, não lamentavam. Mas se caísse um tijolo, ouvia-se: Ah, tanto tempo que perdemos para chegar aos céus!" Simplificando: isso é a base do modo como queremos encarar a vida? O que queremos? O que estamos construindo?
A exegese segundo a interpretação judaica aponta que todo o relato começa dizendo que havia um só idioma e foi isso que os levou a construir a torre de Babel. Depois Deus os castigou multiplicando os idiomas e fazendo que um não pudesse entender o idioma do outro. A ideia é que na tirania só existe uma linguagem, uma única maneira de entender, de entenderem-se uns com os outros. Aí perdemos a dimensão do diálogo.
Ninguém, nem pastor, mestre ou gerente é autoridade final em nenhum assunto, é intérprete só (Carlos Mesters). Uma autêntica liderança sempre será percebida quando houver uma real disposição no servir por servir e no prazer em dialogar com ambição de discípulo e eterno aprendiz.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com
"Você sabe com quem está falando?". Certamente que muitos de nós já ouvimos essa frase ser dita e foi mais ou menos isso que disse o Governador Pilatos diante do maior julgamento da História: "Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo?" A resposta impressionante de Jesus veio como balde de água fria ao afirmar: "Não terias nenhuma autoridade sobre mim , se esta não te fosse dada de cima" (Jo 19:10-11).
A autoridade reside em Deus. Mas, parece que esse conceito é difícil de assimilar e Cristo sendo um exemplo e mestre no assunto não usou dessas prerrogativas que lhe eram inerentes. Ter ou ser uma autoridade vai além do simples exigir e mandar. O mundo está cheio de pessoas em postos de comando, convivemos com elas em todos os setores da vida. Em nossos trabalhos, empregos ou Igrejas é onde podemos ver como agem os líderes.
Os abusos ou deturpações nas lideranças sempre ocorrem em algumas organizações onde há líderes ou gestores que não aceitam as críticas e contrariação em suas decisões. Usam o cargo para oprimir e coagir por meio de ameaças e punições. Alguns alcançam o posto de chefia e acreditam que é tão somente para agir e pensar pelos outros. E o que dizer de alguns pastores e líderes onde as idéias de serviço já não fazem parte de suas filosofias ministeriais. Precisamos redescobrir o verdadeiro sentido do servir pelo simples prazer de servir.
O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir. Cristo diante de Pilatos deu-nos uma preciosa lição do que é ter autoridade. Sua submissão diante do Governador sinalizou para um fim maior; Deus seu Pai o qual procurava ouvir e servir na mais profunda intensidade.
Abuso de "autoridade" na Igreja
É justificável que ocorram certos abusos de lideranças em algumas organizações, governos ou nações, pois Cristo ponderou sobre isto, dizendo que no reino dos homens um governa e tiraniza sobre o outro, no entanto os abusos praticados por algumas lideranças de igrejas revelam uma fragilidade e um mal que devem ser tratados com a mais profunda amizade, paciência e graça.
Existem casos de pastores que não têm outras referências a não ser a si mesmos. Autoritários e mandões em suas ações e ou decisões. São líderes de si mesmos e não conseguem reconhecer nenhuma outra liderança que discorde de suas convicções teológicas ou filosóficas. Cristo reconheceu vários líderes religiosos: Nicodemos, o centurião, os escribas e fariseus sendo que nesses dois últimos criticou fortemente as suas ações que iam de encontro com seus discursos.
Reconheço a dificuldade de lidar com este assunto, mas esses temas: orgulho, ego, poder e cargos dificilmente são discutidos sem que haja farpas, ofensas, indiretas ou alfinetadas propositais. Urge que tenhamos coragem e sinceridade para tocar através do diálogo nessas feridas com a intenção de buscar uma cura. Quando ouvimos: "Você não sabe com quem está falando? Eu mando! Eu decido! Aqui sempre fazemos assim! Temos de forma clara um exemplo de alguém que não está servindo, mas que quer ser servido. Onde houver pouca disposição para ouvir e dialogar também haverá fraqueza na liderança.
O rabino Abraham Skorka no livro Razão e Fé num diálogo com o Papa Francisco e o Presbiteriano Marcelo Figueroa escreveu: "Quando a torre de Babel estava sendo construída, se um homem caísse e morresse, não diziam nada, não lamentavam. Mas se caísse um tijolo, ouvia-se: Ah, tanto tempo que perdemos para chegar aos céus!" Simplificando: isso é a base do modo como queremos encarar a vida? O que queremos? O que estamos construindo?
A exegese segundo a interpretação judaica aponta que todo o relato começa dizendo que havia um só idioma e foi isso que os levou a construir a torre de Babel. Depois Deus os castigou multiplicando os idiomas e fazendo que um não pudesse entender o idioma do outro. A ideia é que na tirania só existe uma linguagem, uma única maneira de entender, de entenderem-se uns com os outros. Aí perdemos a dimensão do diálogo.
Ninguém, nem pastor, mestre ou gerente é autoridade final em nenhum assunto, é intérprete só (Carlos Mesters). Uma autêntica liderança sempre será percebida quando houver uma real disposição no servir por servir e no prazer em dialogar com ambição de discípulo e eterno aprendiz.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com
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