Ética e Liderança Cristã: setembro 2013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O autocontrole do líder

Ednilson Correia de Abreu

Todo o Brasil assistiu ao ataque de nervos do líder responsável pela direção de uma das maiores cidades do Brasil e uma das maiores do mundo. Entre outras coisas, aquilo mostrou que apesar de seu cargo de influência e poder, ele é apenas um ser humano cujos nervos, principalmente naquele momento, já estavam a "flor da pele". Aquela atitude foi apenas a reação de alguém que já vive sob intensa pressão. Nada disso justifica o ato contra aquele cidadão, mas serve de alerta para todos nós que também estamos sob a pressão da liderança.
Como líderes, nós também podemos perder o controle. Não devemos, mas se não nos cuidarmos podemos passar por algo semelhante e acabar pagando um alto preço por isso.
Se há alguém de quem se espera que reaja com autocontrole, este alguém é o líder, pois no meio de muitas pressões ele será chamado a tomar decisões, a agir e administrar ânimos e circunstâncias às vezes muito acima de nossas possibilidades humanas.
O autocontrole não pode ser buscado apenas na hora da pressão. Ele precisa ser trabalhado bem antes. Exercícios físicos ajudam, a realização de um hobbie coopera, o envolvimento com tarefas agradáveis fora da rotina ajuda, boa alimentação na hora certa é fundamental, um sono reparador será vital, em resumo, a manutenção de boa saúde física e mental é primordial para a manutenção do autocontrole. Contar até dez antes de agir é simples, mas ajuda demais. Porém, sabemos como cristãos que a fonte poderosa de autocontrole que temos é o Espírito Santo. A Bíblia nos ensina que o cristão maduro terá como uma de suas características o domínio próprio que se revela como uma das manifestações do fruto do Espírito (Gl.5.22-23), que aliado a outros, como a mansidão e a paciência, irão compor uma imagem correta e equilibrada que se espera de todo cristão, mas principalmente de um líder.
É muito comum racionalizarmos e encontrarmos uma justificativa para os nossos acessos de ira, geralmente lançados sobre os nossos liderados e sobre a família. Isso é terrível, marca negativamente nossa vida e gera um clima ruim de trabalho. Ninguém gosta de se submeter a um líder iracundo e descontrolado. Um líder de autoridade buscará manter o domínio próprio nas horas de crise porque ele sabe que se espera dele uma direção equilibrada e segura para aquele momento, mesmo que ele ainda não saiba bem o que fazer. Se houver descontrole, o caos vai se instalar e todo uma visão de trabalho e de relacionamento fica prejudicada.
Dá trabalho recuperar o estrago feito por um momento de fúria. Se isso acontecer, no mínimo o líder deve reconhecer seu erro, pedir perdão e trabalhar a situação com cuidado em sua vida, pois talvez este descontrole seja sintoma de outros problemas mais profundos em sua vida, como insegurança pessoal, stress, algum problema orgânico ou alguma crise espiritual, inclusive pecado na vida do líder. Portanto, temos que sempre avaliar nossas emoções, nossa saúde, nosso momento, nossos pensamentos, nossas motivações, nossas palavras. Refletir antes de falar também ajudará muito. Mas acima de tudo temos de avaliar nossa caminhada com Deus pois ela vai se refletir em nossa caminhada com os outros.
Lembre-se do que nos diz o nosso líder maior: "bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra" (Mt. 5.5). Mansos não são pessoas inertes como moscas mortas. Na verdade, são pessoas ativas que agem com equilíbrio e domínio próprio, sabendo que o descontrole não produz bons frutos, que mesmo quando for exigido uma atitude mais dura, esta deve ser tomada no pleno controle das emoções e ações.
Líderes cristãos devem ser firmes, mas autocontrolados. É uma contradição um líder que não consegue liderar a si mesmo. Vamos estar atentos e buscar a presença desta manifestação do Espírito Santo em nós. Tudo isso para o nosso bem e daqueles que estão sob a nossa influência como líderes. Um último lembrete: a única maneira de vermos o nosso autocontrole testado é em situações em que ele será exigido, portanto, prepare-se e fique atento. Que Deus nos abençoe e nos dê graça continuamente.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com

sábado, 7 de setembro de 2013

Autor de 'O monge e o executivo' diz que Jesus é um exemplo de liderança

'Guru empresarial' participa da Bienal do Livro do Rio neste sábado (7).
Autor do best-seller “O monge e o executivo” (1998) e “guru empresarial”, James Hunter contabiliza ter treinado, pessoalmente, cerca de 2 mil executivos ao longo das últimas décadas. Mas, na hora de falar do líder mais admirável que já existiu, o consultor cita: "Jesus Cristo".
Não que conduzir a Santa Ceia seja equivalente a coordenar uma empresa. “É porque Jesus tem influenciado as pessoas há mais de 2 mil anos”, justifica em entrevista ao G1, na qual reconhece respeitar outros líderes anônimos. Ele está no Brasil para participar da Bienal do Livro do Rio, onde fala ao meio-dia deste sábado (7).
Ao atender o telefone no hotel em que está hospedado na cidade, o professor apresenta-se com o apelido: “Olá, aqui é o Jimmy”. “Já fiz 22 viagens para o Brasil desde 2005. Lecionei em 28 cidades diferentes”, enumera. Também é elevado o número de vendas: mais de 4,2 milhões de cópias de seus dois livros – o segundo chama-se “Como se tornar um líder servidor”, título que talvez ajude a entender o porquê da referência a Jesus Cristo.
Durante a conversa, o termo “inspiração” surge com frequência. Hunter parece acreditar bastante nas próprias ideias, até porque defende que cargos de chefia devem ser ocupados por pessoas de boa conduta. “Em minhas palestras, nunca encontrei ninguém que tenha levantado a mão e dito: ‘Discordo, quero trabalhar com um líder corrupto, arrogante (risos)’.” Neste momento, aproveita para observar que “o Brasil precisa de bons líderes, assim como os Estados Unidos”. “Os recentes protestos mostram isso”, exemplifica.
Para Hunter, há “líderes natos e líderes que aprendem a cumprir a função”. “Se você tem a habilidade de mover as pessoas, de levá-las à ação, então você é um bom líder. Mas aprender os princípios é fácil, difícil é aplicá-los”, resume. Não se trata de dar ordens nem ser autoritário, insiste – mas de “inspirar”.
Aos 59 anos, Hunter confessa que, quando pensou em escrever “O monge e o executivo”, em 1996, tinha uma ambição modesta. “Queria passar meus princípios à minha filha, que tinha 2 anos de idade na época”, recorda. Brinca ainda que a necessidade de “transmitir um legado” tinha relação com um momento difícil: “Eu estava atravessando uma crise de meia-idade (risos)”.
Segundo o material de divulgação, o resultado é uma obra que serve para quem “tem dificuldade em fazer com que sua equipe dê o melhor de si no trabalho”. Funcionaria ainda para “se relacionar melhor com sua família e seus amigos”. No caso da “família Hunter”, a liderança doméstica é compartilhada com a esposa, psicóloga de formação, que ele diz conhecer desde que era adolescente. Mas seria ela uma boa líder? “É, sim. Porque me influencia”, assume Hunter, usando exatamente o mesmo argumento aplicado a Jesus.
Menos nobre, no entanto, é a descrição que James Hunter faz de si mesmo ao tentar explicar por que vende tantos livros. Ele atribui o sucesso não à originalidade dos princípios, mas ao modo – supostamente acessível e claro – como os propaga. “Não proponho nada de novo, mas apresento de modo simples”, esclarece. Em seguida, o admirador dos atributos de liderança de Jesus confessa: “Sou um ladrão de ideias (risos).”

G1 via Notícias Cristãs