Ética e Liderança Cristã: agosto 2018

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

O líder antifrágil


Vanessa Prado

Quem nunca se programou para chegar cedo a um compromisso e perdeu a hora porque encontrou um congestionamento terrível no meio do caminho? É comum sermos surpreendidos por situações aleatórias não previstas que geralmente causam desconforto e irritação. Mas não precisa ser sempre assim.
Diante do caos, algumas pessoas preferem a paralisia, outras mobilizam seus esforços para enfrentar a adversidade e tem gente que simplesmente cresce com o ocorrido. Aliás, é por isso que a imprevisibilidade do mundo atual revela três diferentes tipos de líderes: os frágeis, os resilientes e os antifrágeis.
Os frágeis são aqueles muito sensíveis a qualquer tipo de mudança externa. Enquanto os negócios vão bem, eles sustentam o autocontrole; mas, quando são expostos à desordem, desfalecem e perdem o rumo. Os resilientes têm a capacidade de suportarem a pressão e não sucumbir enquanto a tormenta passa, graças à sua flexibilidade. Já os antifrágeis não apenas resistem às intempéries provocadas pelo contexto VUCA (de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), como também aproveitam a instabilidade para crescer.
O conceito do líder antifrágil apareceu pela primeira vez em 2012, no livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos” (Ed. Best Business), escrito pelo libanês Nassim Nicholas Taleb. Segundo ele, o principal pesadelo da maioria dos gestores é perceber que o mercado que controlam de repente muda e suas convicções pouco valem dali em diante. Líder antifrágil, portanto, é quem não se amedronta diante do novo; pelo contrário, até aprecia a mudança porque sabe que ela é o motor do seu progresso.
Essa lógica veio romper com o antigo entendimento de que o oposto de fragilidade é a força ou a resistência e que essas são características do líder resiliente. Inclusive, Taleb faz uma comparação: dizer que algo resistente é o oposto de frágil é como afirmar que neutro é o oposto de negativo.
Agir como uma pessoa antifrágil não implica em ser masoquista ou ficar procurando situações caóticas. Tem a ver, sim, com uma percepção positiva acerca dos desafios e a convicção de que o desconforto é a mola propulsora de qualquer amadurecimento significativo na vida.
Infelizmente, muitos líderes apertam o “botão catástrofe” diariamente. Diante de qualquer chateação, já se abatem. Assemelham-se a vasos de porcelana que, frente ao menor impacto, logo se quebram. E suas equipes percebem isso na hora.
Pode prestar atenção. Líderes antifrágeis adoram promover o progresso quando o caos se estabelece e enquanto a maior parte dos profissionais comuns instintivamente procura abrigo para se proteger. Eles não temem o erro, as incertezas e alguns desgostos pontuais.
Como bem lembra Taleb, fala-se muito sobre o estresse pós-traumático, mas poucos comentam acerca do amadurecimento de quem enfrenta um trauma. Os garotos tailandeses que ficaram na caverna durante aqueles 18 intermináveis dias, possivelmente saíram de lá com algumas sequelas emocionais e boa parte delas favorecerá – em vez de prejudicar – o tipo de vida que eles terão daqui em diante. Sim! Quem enfrenta uma situação-limite dessa natureza tende a enxergar a maior parte dos problemas como tempestade em copo d’água.
Cada vez mais iremos nos deparar com situações aleatórias que trarão desordem e angústias. A questão é que o faremos com elas: iremos quebrar como um vaso de porcelana, resistir aos fortes ventos como um bambu chinês que não sai do lugar ou nos fortalecer como o sistema imunológico do corpo humano, que evolui ao lidar com diferentes vírus ou bactérias?

Publicado originalmente em Wellington Moreira

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

4 Dicas fundamentais do relacionamento humano


Ernesto Artur Berg (*)

Somos seres humanos e todos queremos alcançar êxito e felicidade. Mas, é preciso reconhecer: seu sucesso e prosperidade dependem em grande parte de outras pessoas. Certamente que nossas escolhas, postura e atitude perante a vida são elementos fundamentais ao nosso sucesso, e isso é indiscutível. Contudo, já pensou alguma vez no enorme papel que os outros desempenham no nosso êxito e na nossa felicidade?
Reflita sobre isso e ficará convencido de que grande parte do que você conseguiu, ou irá conseguir, depende essencialmente da forma como você mantém relações com as outras pessoas. Isso se aplica a todas as áreas da nossa vida, seja profissional, familiar, conjugal, financeira, comunitária, religiosa, ou entre amigos. Sua ascensão profissional, por exemplo, depende mais de sessenta por cento do bom relacionamento que você tem com seu chefe. Se você não concorda com isso, sugiro então bater de frente com ele, e descobrirá que a corda, provavelmente, arrebentará do lado mais fraco: o seu.

Quatro dicas fundamentais do relacionamento humano

1. Troque positivamente
Um dos pontos essenciais das relações humanas é que no convívio com pessoas, todos nós queremos alguma coisa uns dos outros. O chefe quer lealdade e produtividade dos subordinados e os subordinados querem reconhecimento e segurança na empresa; os pais querem que os filhos obedeçam e os filhos querem que os pais os amem e protejam; os casais querem afeto e amor mútuos; o vendedor quer que os clientes comprem e os clientes desejam satisfação com a compra, e assim por diante. É fácil percebermos que ter sucesso nas relações humanas significa dar à outra pessoa algo que ela deseja em troca do que nós desejamos. Não se trata de egoísmo, mas de uma visão lúcida e inteligente que expressa a essência da arte de saber conviver e aprender com as pessoas. Desse entendimento dependem o crescimento e a maturidade dos nossos relacionamentos e, em boa parte, a nossa felicidade.

2. Contribua pessoalmente
Outro ponto fundamental das relações humanas é que todos nós possuímos em abundância várias coisas que as outras pessoas precisam de nós, ou gostariam de ter. Se você proporcionar essas coisas a elas, elas prazerosamente lhe oferecerão as coisas que você precisa ou deseja. Cabe a você aperfeiçoar-se e aprimorar-se, pessoal e profissionalmente, para que tenha muito com que contribuir com as outras pessoas. Uma pessoa próspera tem maior possibilidade de beneficiar os outros do que um indivíduo fracassado. Uma pessoa feliz tem chances muito maiores de disseminar felicidade do que um indivíduo infeliz. Se você encontrar uma pessoa de sucesso - seja homem ou mulher - em qualquer profissão ou campo de atividade, irá descobrir que esse indivíduo aprendeu a dominar a arte de relacionar-se bem com as pessoas e que soube tornar-se útil aos outros, porque tornou-se um caminho onde encontram ajuda.

3. Ganhe o coração das pessoas
Estamos na era da tecnologia e da informação. Os meios de comunicação (televisão, telefone, rádio, jornal), a internet e as mídias sociais aproximam as pessoas cada vez mais e tornam o mundo pequeno, ao alcance de uma ligação no celular ou um clique no mouse. As atividades profissionais e econômicas estão se tornando muito complexas e especializadas e, por conta disso, as pessoas passam a ser cada vez mais importantes para nós, pois as possibilidades de comunicação aumentaram exponencialmente. E, queira ou não, você vai ter que conviver diariamente com pessoas, goste delas ou não, por que elas estão aqui para ficar e, se você quiser ter sucesso no mundo de hoje, terá sempre que levar em consideração as outras pessoas.
Logo, se você refletir um pouco verá que uma das grandes dificuldades que as pessoas têm consiste num problema de relações humanas, e elas parecem não perceber que muitos dos seus fracassos surgem por não saberem relacionar-se apropriadamente com outros. Se você quiser ser realmente bem sucedido com pessoas, você precisa aprender a ganhar o coração delas, mais do que suas mentes.
Usar argumentos lógicos e racionais pode ser muito convincente, e também vantajoso, sempre que quisermos provar nosso ponto de vista ou obter aprovação de alguma demanda que fazemos. Mas, se quisermos interagir e construir sólidas relações com as pessoas, não é o racionalismo nem a inteligência que farão isso acontecer. É porque as pessoas, bem mais do que racionais, são - na grande maioria das vezes -, seres emocionais, e reagem primeiramente a fatores emotivos. É nisso que reside a psicologia do relacionamento humano: utilizar os comportamentos e atitudes que facilitam conviver, conquistar e conservar a cooperação e confiança das pessoas, respeitando-as e valorizando-as para que aflore um sentimento de aceitação, amizade e compartilhamento de experiências positivas.

4. Elogie
É muito comum acontecer que as pessoas a quem menos demonstramos respeito são as que mais convivem conosco, tanto no âmbito profissional quanto familiar. A intimidade pode provocar indiferença e falta de atenção. Curioso é que, para que as pessoas se sintam respeitadas, pequenas coisas são necessárias. O elogio é uma dessas pequenas coisas. Quando foi a última vez que você fez um elogio sincero a alguém da família - esposa, marido, filho, mãe, pai etc.-, a alguém no trabalho - colega, subordinado, chefe (sem a conotação de bajulação) -, a alguém que lhe prestou um bom serviço? A pessoa que disser que fez isso na semana passada está mal na fita, porque conseguiu lembrar-se de algo que ocorreu dias atrás, quando deveria fazê-lo diariamente, por várias vezes. Sempre encontraremos algo que podemos elogiar em alguém, mesmo que não apreciemos a pessoa: pela rapidez com que nos atendeu, por um trabalho bem feito, por uma refeição bem preparada, pelo esforço que fez, pela paciência com que nos aturou, pelo vestido bonito, pela bela camisa, pela perseverança que demonstrou etc.

Só para lembrar:
A inabilidade de conviver com os outros é a primeira causa das crises e infelicidades, tanto pessoais, quanto no trabalho. Aprender a desenvolver - e manter - um relacionamento humano de qualidade pode fazer mais por sua vida profissional e pessoal do que, provavelmente, qualquer outro fator em sua vida.

Texto extraído e condensado do livro O Livro das Relações Humanas - Seu Manual para Obter Sucesso com as Pessoas, de Ernesto Berg, Juruá Editora. Para maiores detalhes, ou adquirir a obra acesse www.quebrandobarreiras.com.br.

(*) Ernesto Artur Berg é administrador e sociólogo, com pós-graduação pela FGV de Brasília. Comandou a área de Desenvolvimento Gerencial do Serpro em Brasília, e foi Consultor Senior da Alexander Proudfoot Company de São Paulo. Sócio-diretor da Berg & Cia., empresa especializada em desenvolvimento organizacional e de recursos humanos. Prestou consultoria e conduziu cursos e seminários para mais de 400 empresas, como: Petrobras, Coca-Cola, Embratel, Correios, Citibank, Cia. Vale do Rio Doce, Bosch, O Boticário, Siemens, Renault, Unimed, Banco do Brasil, Caixa Econômica. É autor de 10 livros, dentre os quais Negociações Inteligentes, Manual do Chefe em Apuros, Quem Roubou o Meu Tempo? e Explosão de Idéias. Conheça o site do autor

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com

Gestão de Projeto


José Renato Santiago (*)

O dia a dia de cada um de nós tem estado cada vez mais cheio e repleto de responsabilidades. São inúmeros os diferentes papéis que devemos assumir ao longo de nova vida pessoal e profissional.
Além disso, os assuntos relacionados com cada um destes papéis, muitas vezes não têm qualquer alinhamento ou relação entre si. Há, no entanto algo, um artifício que seja, que permite potencializar o sucesso no atendimento dos objetivos traçados junto as várias atividades e atribuições que possuímos.
É fato que toda atividade deve possuir um objetivo ou meta a ser alcançada, sem a qual não se consegue sequer ter o entendimento sobre o real motivo da execução de qualquer atividade. Sendo assim, há: Objetivo.
Também é verdade que toda e qualquer atividade a ser desenvolvida, possui começo, meio e fim, isto é, há um prazo pré-definido a ser atendido. Sendo assim, há: Prazo.
Por fim, existem insumos, isto é, elementos e componentes com os quais e com quem devemos interagir tendo em vista viabilizar o atendimento da meta traçada. Sendo assim, há: Stakeholders (termo em inglês sem qualquer outra melhor tradução em português).
Ora, não é impossível identificar que estes três elementos são os componentes básicos que compõem um Projeto: Prazo, Objetivo e Stakeholders.
É imediato considerar que a gestão de qualquer atividade segue de maneira direta, a forma como se gerencia um projeto. Eis o óbvio que se torna tão necessário para se alcançar o sucesso. Toda atividade pode, e deve, seguir os preceitos que fundamentam a gestão de um projeto.
Tanto no campo pessoal como profissional cabe considerar a possibilidade de seguir este alinhamento, ou talvez uma receita:

- Definir o objetivo e meta;
- Definir o prazo de execução;
- Definir os stakeholders e insumos necessários para atendimento do objetivo, dentro do prazo desejado;

Assim como em qualquer organização, que necessita potencializar o sucesso de suas ações, não é diferente o entendimento a ser adotado por todo profissional presente na mesma.
E certamente, esta disciplina e organização potencializará sucesso similar no plano pessoal.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site http://www.institutojetro.com/

(*) Doutor e Mestre em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP. Pós-graduado em Engenharia da Qualidade - Educação Continuada em Engenharia da USP, Pós-graduado em Marketing pela ESPM e Graduado em Engenharia Elétrica com ênfase em Computadores pela FEI. Consultor de Empresas com grande experiência no desenvolvimento de projetos voltados para Inovação, Gestão do Conhecimento, Gestão de Pessoas, Capital Intelectual, Gestão de Projetos e Sustentabilidade. Tem atuado, por mais de 20 anos, em empresas nacionais e multinacionais nos segmentos de Engenharia, Construção, Eletroeletrônico, Tecnologia, Tratamento de Água e Bens de Consumo. Articulista e autor de dezenas de livros, dentre os quais se destacam, "Buscando o Equilíbrio", "Gestão do Conhecimento - A Chave para o Sucesso Empresarial" e "Capital Intelectual - O Grande Desafio das Organizações". Administrador do site www.boletimdoconhecimento.com.br