Ética e Liderança Cristã: setembro 2008

sábado, 6 de setembro de 2008

Uma lição de liderança e respeito

Novilha Gir

uma vaca
João Cruzué

Hoje vou descrever um fato real sobre liderança que vai surpreender muita gente. E será mesmo surpreendente pois se trata de uma lição de vida entre simples animais. Para quem nasceu e cresceu no campo é um fato comum, mas ele pode produzir reflexões importantes se entendido em sua profundidade.
Eu era garoto quando meu pai, comprou um sítio. Pouco tempo depois compramos nossa primeira vaca - a Bordada. Era uma vaca "pé duro", sem raça definida, com alguns traços de "Gir". tinha uma testa grande, ovalada até a nuca. Bordada era vermelha ou retinta, salpicada de pintas brancas. Com ela veio um bezerrinho branco, com salpicos de vermelho, que "batizamos" de Bordadinho.
Quando minha mãe, então, foi tirar o leite da bordada pela primeira vez, para cativar a vaca e gerar estímulos agradáveis, habitou colocar um balaio com palha de milho na frente da vaca para que ela comesse, relaxasse e não "escondesse" o leite. Foi assim que começamos a nos entender com vacas, bezerros, touros, leite, vacinas, sal, cochos, latões de leite, tombos de bicicletas carregando os latões...Quando chegou o tempo em que tínhamos mais vacas e menos palha de milho, o mimo acabou.
Eu sempre admirei a inteligência dos bois. Naturalmente generalizamos o nome "bois" da mesma forma que fazemos quando usamos o verbete homem ou os homens. Quem já teve um sítio, e criou gado, sabe que ele é constituído de dezenas de vacas para apenas um boi - ou o touro. Entre porcos, cavalos, cachorros, gatos , pombos e bois - sempre apreciei estes últimos, de preferência os mansos.
Há vacas mansas e bravas. As holandesas e as pequenas jerseis têm o "sangue" dócil - ou seja, sangue de barata. Mas as vacas de raças indianas: Gir, Guzerá e, principalmente Nelore - Deus que me livre, são malvadas ou "brabas". Quando estão de bezerrinhos novos então... são das piores! Eu tenho o braço marcado por cicatrizes de arame farpado, tudo porque uma tal Riqueza, queria por que queria me pegar, pois cheguei perto do seu bezerrinho.
Perto da 01 hora da tarde, mãe nos mandava trazer as vacas do pasto para o curral, para apartar os bezerros. Esta operação consistia em prender os bezerrinhos que mamavam, em um curralzinho ou pastinho separado de suas mães, até a manhã do dia seguinte. Isso para que não mamassem todo o leite que seria tirando na manhã do dia seguinte. Na verdade, o leite era deles, mas nós o "emprestávamos"... Nesta operação de aparte todo cuidado era pouco. Algumas vacas eram capazes de matar qualquer um, por causa de seus bezerrinhos. À medida porém que eles cresciam ,este instinto de amor maternal ia diminuindo, diminuindo... Menos com uma tal Lembrança. Ela "pegava" em qualquer tempo.
Depois de apartados os bezerros, a "gente" ia embora para casa, o curral ficava em paz, e todo o gado ia deitar ao sol, para remoer. Lá pelas duas ou três horas da tarde, o gado se levantava para voltar ao pasto. Este pasto era montanhoso e por ele corriam caminhos ascendentes, estreitos, tortuosos, chamados de trilhos. Os trilhos eram cavados pela ação das patas desses animais, passando no mesmo lugar dia após dia.
Entretanto, depois que o gado se levantava para voltar ao pasto, enquanto uma certa vaca - e era sempre a mesma - não se posicionava na frente, na guia, a longa fila não avançava. Eu creio que foram as vacas que inventaram a fila indiana. Justamente porque Gir, Guzerá e Nelore são mesmo raças indianas. A primeira vaca de guia de nosso sítio foi a bordada; a segunda Morena. Daí para frente, não me lembro.
Para assumir a guia não havia discussões, nem brigas, nem reuniões, nem acordos, nem atas. Simplesmente uma vaca tomava o lugar. Se ela vivesse por dez anos, continuaria na guia. No dia em que morresse, e o gado precisasse voltar ao pasto ou vir do pasto para o curral, outra vaca assumiria a liderança de uma forma assustadoramente natural. Sem brigas, sem eleições, sem aclamações, sem assembléias, sem traições - sem nenhuma alteração visível na rotina.
E assim sucessivamente com o passar dos anos; em qualquer lugar do mundo onde houvesse este gado "pé duro"
Eu fico pensando: em termos de estabelecimento, substituição e sucessão de liderança - seja na Igreja ou no País - ainda estamos a "anos luz" da naturalidade, do respeito e da maneiro com que isto se processa em uma simples "comunidade" de vacas. É por isso que eu admiro esses animais pela grande lição de vida que eles dão.


João Cruzué
SP-06.09.2008

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Doutrina Bíblica e Ética Cristã.

Doutrina Bíblica: monstra a nossa posição em Cristo, ou seja, vocação a que fostes chamados;
Ética Cristã: determina o nosso comportamento em Cristo, ou seja determina o nosso comportamento em Cristo;

A ética se dividem em três partes:
Ética individual – a que trata do dever do homem para consigo mesmo; Ética social – a quer trata do dever do homem para com o seu próximo;
Ética teísta – a que trata do dever do homem para com Deus.

I – ÉTICA INDIVIDUAL
Paulo chama a atenção de Timóteo para este fato, quando diz: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Tm 4:16).
Para o cristão, a ética individual começa com o autocontrole. Isto é, começa de dentro para fora. No Salmo 37 vamos encontrar os passos desse autocontrole tão necessários para o bem estar de cada ser humano: “Confia no Senhor...”;
“Agrada-te do Senhor...”;
“Entrega o teu caminho ao Senhor...”;
“Descansa no Senhor...”;
“Não te irrites...”;
“Deixa a ira...”; (raiva contra alguém, desejo de vingança)
“Abandona o furor...”; (ira exaltada, fúria)
“Não te impacientes. ..”. A falta de autocontrole “achará mal”.
conservação própria é, portanto, absolutamente indispensável a uma pessoa. Os vícios, cigarro, bebida, drogas, sexo livre, jogatina – tão comuns entre o povo do mundo, são condenáveis entre os cristãos.

II – ÉTICA SOCIAL


A ética social trata dos deveres gerais do homem para com o próximo. Visto que a existência contínua da pessoa lhe é absolutamente indispensável no cumprimento da sua missão moral, o grande dever do homem para com o seu próximo é procurar, por todos os meios lícitos, conserva-lhe o  ser com todos os seus direitos. O nosso próximo tem direitos à conservação da vida; tem direito ao exercício livre dos seus poderes; tem direito ao governo de seus bens; tem direito à verdade em todas as relações; e, finalmente tem direito ao acolhimento de um irmão.

O fariseus perguntaram a Jesus: Mestres, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus; Amarás o Senhor teu Deus, de todo o seu coração, de toda a tua alma de todo o teu entendimento. O Segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:36-39).
O primeiro mandamento trata da ética teísta, e o segundo mandamento trata da ética social:


Vejamos como Paulo coloca o assunto: Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2:3, 4).

Jesus coloca, no segundo mandamento, o amor como o fundamento da ética social. Ninguém consegue conviver bem com o seu próximo se ele é desprovido do sentimento de amor. E seu famoso capítulo do amor, Paulo diz o seguinte: Para ler (1 Co 13;4-8). O amor, como definido nesta passagem bíblica, nada tem a ver com sentimentos ternos e calorosos de afeição. O amor ético não se expressa nas palavras “eros” ou “fileos” e, sim, na palavra “ágape”: amor incondicional. A segunda milha da ética social nos diz o seguinte: Ler (Rm 12:20, 21).

III – ÉTICA TEÍSTA


A ética teísta trata da aplicação dos princípios da lei moral ao procedimento do homem em suas relações com Deus. Quando mentalizamos a paixão de Cristo, deparamo-nos com duas hastes de madeira cruzadas. A haste vertical representa a relação de Deus com o homem a haste horizontal representa a relação do homem com o seu próximo. A haste vertical é a ética teísta e a horizontal a ética social; os nossos deveres para com Deus. Os dez mandamentos podem ser colocados nesta dimensão. Os quatros primeiros tratam dos deveres para com Deus (ética teísta); os seis mandamentos seguintes tratam dos nossos deveres dos nossos deveres para com o próximo – ética individual e social.

Quando Paulo, em Romanos 12:1 e 2, fala do “culto racional”, ele está falando do homem total e devoção a Deus:
    1 – a devoção suprema do corpo a Deus;
    2 – a devoção suprema do intelecto a Deus;
    3 – a devoção suprema do coração a Deus;
    4 – a devoção suprema da vontade de Deus.
A nosso relação com Deus é a relação chave em nosso vida, por isso é que dessa relação dependem todas as outras relações. A pessoa que fica feliz nessa relação, sê-lo-á, também, em todas as outras de que trata a ética.
A ética teísta, é a devoção do homem a Deus. Isto é, entrega total, plena e irreversível da nossa vida ao Senhor. Jesus disse a multidão: “Se alguém que vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8:34).
O cristianismo como um segmento da grande sociedade universal tem o seu de ética que é a Bíblia Sagrada (2 Tm 3:16, 17).
Cada momento temos que tomar decisões com implicações pessoais, sociais e teístas. Temos que avaliar quais os efeitos das nossas ações sobre nós mesmos, sobre os outros e, acima de tudo, sobre o nosso Deus.
Disse Jesus: Ler Mt 5:16.

APLICAÇÃO


Eu estou colocando esta áreas da ética na prática?

“... cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus”  (Rm 14:12) – ética individual;
“Levai as cargas uns dos outros” (Gl 6:2) – ética social;
“Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20;3) – ética teísta.

BIBLIOGRAFIA
1.        BÍBLIA DE ESTUDO PETENCOSTAL, 1995, CPAD, EDIÇÃO 1995, REVISTA E CORREGIDA – RJ
2.        BÍBLIA EXPLICADA, 1999, CPAD, 14ª EDIÇÃO, S. E. McNair – RJ
3.        UNIVERSAL BIBLE DICTIONARY, VER. BUCKLAND, 1981, EDITORA VIDA – SP
4.        POCKET CICTIONARY OF THEOLOGICAL TERMS: OVER 300 TERNS CLEARLLY & CONCISELY DEFINED POR INTER VARSILY (DOWNERS GROVE, ILLINOISM EUA);
5.        O COMPORTAMENTO DO CRENTE, ANO XXVI – Nº 07 – 2003.




PASTOR JONAS J. NETO