Ética e Liderança Cristã: abril 2017

terça-feira, 25 de abril de 2017

O checklist da liderança

Apresentamos 15 princípios que um líder deve internalizar para atingir a alta performance e ser considerado por seus pares e seguidores como um líder exemplar.

Marco Morsch (*)

O que é necessário para você se tornar um líder extraordinário? Um bom ponto de partida para auxiliá-lo é analisar e responder ao Checklist do Líder.
Um checklist é uma lista de controle que auxilia na verificação de itens necessários, coisas a serem feitas ou pontos a serem considerados, usado geralmente como um lembrete. Um checklist do líder é uma ferramenta gerencial útil para identificar aspectos relevantes e fundamentais para a essência e exercício da liderança extraordinária. Ele serve como um ponto de partida útil para gestores, adaptável evidentemente ao tipo de empresa, nível de função e momento contextual da organização.
Dentre as inúmeras listas de qualidades e atributos de liderança existentes na literatura e na prática gerencial, escolhemos abordar o checklist de Michael Useem, professor de administração da Wharton School, nos Estados Unidos, e autor de “As prioridades do líder:15 princípios que formam a agenda da liderança”. Isso por que a referida lista decorre de larga experiência do autor e de diversas pesquisas e entrevistas com líderes, pensadores e pesquisadores de vários países e empresas.
Uma liderança eficaz pode ser dominada, e no centro dessa aprendizagem, explica o autor, pode-se criar uma Lista de Líder, um conjunto completo de princípios vitais de liderança que fornecem um mapa claro para navegar por praticamente qualquer momento de liderança. Um checklist não é obviamente umsubstituto da compreensão e da análise, mas pretende ser um agente simples para desencadear os atributos da liderança.
Para Useem, a essência do líder envolve 15 princípios fundamentais e de missão crítica que ajudam os líderes a desenvolver habilidades de tomar decisões corretas em ambientes imprevisíveis e estressantes, pontos que realmente fazem a diferença. Segundo o autor, “esses princípios constituem os fundamentos vitais de um checklist do líder”. A seguir, apresentamos estes princípios:

1. Articule uma visão: Formular uma visão clara e persuasiva e comunicá-la a todos os membros da empresa.

2. Pense e atue estrategicamente: Estabeleça uma estratégia pragmática para alcançar essa visão, tanto a curto como a longo prazo, e assegure-se de que ela seja amplamente compreendida por todos; Considere todos os jogadores e antecipe reações e resistências antes que elas se manifestem.

3.Honre a sala: Expresse com frequencia a sua confiança e apoio naqueles que trabalham com e para você.

4. Responsabilize-se pelo controle: Adote um comportamento voltado para ação, que assuma a responsabilidade, mesmo quando ela não for formalmente delegada, especialmente se você estiver numa posição privilegiada para fazer a diferença.

5. Aja de forma decisiva: Tome decisões acertadas e oportunas e garanta que elas sejam executadas.

6. Comunique-se persuasivamente: Comunique-se de maneira que as pessoas jamais o esqueçam; Simplicidade e clareza de expressão ajudam, assim como elementos que vão desde ações pessoais até grandes eventos.

7. Motive a equipe: Aprecie as diferentes intenções que as pessoas trazem em si, e, em seguida, construa sobre os diversos motivos para tirar o melhor de cada um.

8. Abrace a linha de frente: Delegue autoridade, exceto para decisões estratégicas, e aproxime-se daqueles que estejam mais diretamente envolvidos no trabalho da empresa.

9. Desenvolva a liderança nos outros: Desenvolva a liderança por toda a organização, agindo como coach de futuros líderes.

10. Administre relacionamentos: Construa relacionamentos e vínculos pessoais duradouros com aqueles que o seguem, e esforce-se para controlar e direcionar os sentimentos e paixões no ambiente de trabalho.

11. Identifique as implicações pessoais: Ajude todos a apreciar o impacto que a visão e a estratégia provavelmente terão em seus próprios trabalhos e no futuro da empresa.

12. Demonstre seu caráter: Por meio de gestos, comentários e explicações, certifique-se de que os outros o apreciem por ser uma pessoa integra e ética.

13. Amorteça o otimismo excessivo: Contraponha-se à arrogância do sucesso, concentre sua atenção em ameaças latentes e problemas pendentes, e se proteja contra a tendência de os gestores se engajarem em riscos injustificados.

14. Construa uma equipe líder diversificada: Os líderes precisam assumir a responsabilidade final, mas a liderança é também um esporte de equipe cujo melhor resultado ocorre quando a equipe é capaz de coletivamente solucionar todos os principais desafios.

15. Coloque o interesse comum em primeiro lugar. Na definição da estratégia, na comunicação da visão e na tomada de decisões, o propósito comum vem em primeiro lugar, o interesse pessoal por último.

Para ilustrar apenas um dos princípios, considere o primeiro, articular uma visão comum e um ponto de vista claro. Todos os grandes líderes são visionários, capazes de imaginar um futuro positivo idealizado e compartilhá-lo de maneira inspiradora com seus seguidores. Por exemplo, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela são dois ícones de liderança visionária e transformacional, pois suas condutas de liderança comum incluíam uma capacidade excepcional de definir uma visão persuasiva de mudança, imaginar uma estratégia para atingí-la e hontar aqueles seguidores que eram solicitados a alcançá-la.

Os 15 princípios de Useem se alinham perfeitamente com várias abordagens sobre liderança.


(*) Marco Aurélio Morsch é professor, mestre em administração de empresas, consultor e palestrante. Formado em Direito pela UFRGS e Master em Tecnologia Educacional pela FAAP, é coautor dos livros “Comportamento do Consumidor: Conceitos e Casos” (Pearson, 2005) e “Marketing Estratégico” (DVS Editora, 2004). Atualmente é professor nos Cursos de Administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atuou como executivo e gestor em diversas empresas tais como Caixa, NET Serviços e Campos Advocacia Empresarial. Foi professor da FAAP por 19 anos, onde coordenou o Curso de Pós Graduação em Marketing. Com mais de 20 anos de experiência em treinamento e desenvolvimento de executivos, em 2006 fundou a Morsch Consultoria, empresa de treinamento, palestras e educação executiva.



Publicado originalmente em Administradores.com

sábado, 22 de abril de 2017

Líder, aprenda consigo mesmo

Ednilson Correia de Abreu

Não vai aqui nenhum surto de egocentrismo ou algo semelhante, mas uma palavra de despertamento para que possamos a todo instante buscar aprender com todas as nossas experiências vividas ao longo da jornada da vida.
Aquele que não aprende consigo, ou seja, que não procura crescer conscientemente através das suas próprias experiências está fadado a muito sofrimento, pois poderá sempre repetir os mesmos erros e ter uma vida frustrada, pois uma das funções das experiências pessoais é exatamente cooperar no nosso crescimento como seres humanos.
Na vida de um líder o auto-aprendizado se torna ainda mais poderoso, pois no somatório de nossa vivência poderemos ir acumulando insights que nos possibilitarão um desenvolvimento pessoal que jamais se conseguiria de outra forma.
O líder mais preparado não é aquele cheio de teorias nunca provadas e muito menos vividas, mas aquele que tem conseguido se manter atento às suas experiências e as tem usado para o seu próprio bem e de todos aqueles ao seu redor.
A teoria tem o seu lugar no preparo do líder exatamente porque ela é o fruto do estudo e das experiências de outros líderes que já vieram antes de nós, mas é vital que cada um tenha sua própria experiência. Ao usar o conhecimento acumulado e exposto por outros estamos sendo prudentes e sábios, mas não podemos parar ai, liderar é também arriscar e viver novas experiências e nunca deixar de aprender com elas.
Foi por isso que Jesus com a sua equipe não instituiu apenas uma sala de aula ou apenas uma biblioteca, mas desenvolveu um projeto de experiências diárias, que chamamos de discipulado. Ele os chamou a crescerem como pessoas através de sucessivas experiências que eram interpretadas e corrigidas e se tornavam o palco para a explanação dos seus ensinamentos.
Como líderes temos de ser os primeiros a buscar o auto-aprendizado, temos de continuar crescendo, pois isso agrada a Deus, vemos isso na vida dos discípulos como Pedro, por exemplo, veja como foi o seu inicio e veja no que ele se tornou, veja um Paulo, como era sua vida e veja no que ele veio a ser e assim mesmo ele dizia que continuava crescendo, continuava no caminho, continuava avançando no projeto de Deus para a sua vida através das experiências boas e ruins que ele tinha.
O caminho é este, continuar crescendo, aprendendo, mantendo-se atento às próprias experiências, interpretando-as à luz do seu relacionamento com Deus e do ensino da Palavra, e crescendo sempre nisso.
Não adianta simplesmente querer viver para imitar os grandes líderes, cada pessoa é única e Deus tem um plano especial para você. Use as experiências de outros, aprenda com os ensinos de outros, mas jamais ignore a si mesmo, pois você tem muito a ensinar a você mesmo.

Publicado originalmente em www.institutojetro.com

Liderança como um fio condutor

Armando Altino da Silva Júnior

“a fim de que todos sejam um; e como és tu, Ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:21

Jesus nos ensina neste texto um princípio muito importante de liderança: a continuidade do processo. Você pode então pensar que está tudo certo, pois tem conduzido sua liderança de forma eficaz e tudo está correndo bem. A questão é, será que sua liderança irá fazer sentido depois que você não estiver mais a frente? Já pensou em sua igreja, sua empresa ou projeto sem sua liderança? Como ficariam as coisas?
É inspirador perceber a tranqüilidade de Jesus neste momento de transição. Ele não se desespera pensando que os discípulos não conseguiriam cumprir a missão sem sua presença ou por achar que tudo o que plantou poderia ter fim, nem argumenta com o Pai sobre mais tempo em seu ministério terreno. Jesus nos ensina sobre uma liderança saudável que não termina em si mesma, mas que é um fio condutor.
O líder que entende o fato de ser apenas um fio condutor sabe que sua liderança é uma parte do processo e por isto fica tranqüilo em confiar no outro, não entra em neuroses pensando no que estão fazendo quando não está por perto.
Ao contrário disto, existe liderança que ao invés de fio condutor se tornam um sistema próprio. Assim todos os projetos, todas as fases e decisões precisam começar e terminar na mesma fonte: o “líder sistema”. É ele quem sustenta todo o processo.
Líderes assim se consideram maiores que a missão e por isto tomam para si toda a responsabilidade, pois “sem eles nada do que é feito se faz”. Líderes assim não conseguem admitir reuniões sem sua presença, não confiam que as coisas possam andar sem suas diretivas, e se algo é feito em sua ausência se sentem traídos e afrontados.
Jesus nos ensina que a verdadeira liderança é baseada na confiança e no respeito mútuo. A liderança serva tem a ver com o fato de ser parte do processo e não o centro dele. Não é raro, em nosso meio, igrejas que se constroem sobre o carisma de um líder e não sobre o carisma da própria igreja. Toda visão vem dele e pode ser distorcida assim que o líder passa, ou então, pode acontecer divisão quando a visão deste líder é contestada.
Na oração de João 17, Jesus nos mostra que não está desesperado para saber se vão se lembrar do que falou ou realmente cumprir suas ordens, mas está tranqüilo, porque fez a sua parte. Ele transmitiu sua liderança com amor e paixão e agora a confiava àqueles que caminhavam com Ele.
Podemos perceber o real trabalho de um verdadeiro líder depois que ele passa, pois é neste momento que vemos se ele foi realmente um fio condutor. James Collins e Jerry Porras no livro “Feitas para durar” constatam que a maioria das grandes empresas não permanece por mais de um século, e isto se deve à falta de continuidade das lideranças.
A liderança tipo “sistema” não dura por muito tempo, pois assim que a liderança termina ou é substituída, o sistema perde a força, pois tudo é gerado por ela e para ela.
Stephen R. Covey em seu livro, “Os 7 hábitos das pessoas muito eficazes”, ressalta que, “Muita gente se recusa a delegar poderes aos outros, porque acreditam que leva muito tempo, dá muito trabalho e também, que podem fazer o serviço melhor sozinhas. Contudo, delegar poderes é possivelmente a atividade de alto nível mais poderosa que há.”
Jesus nos ensina uma liderança que não tem medo de delegar, de perder o poder, antes confia em seus liderados e os ensina e os orienta como alguém que vai embora amanhã. Líderes tipo fio condutor produzem verdadeiros discípulos e cristãos maduros que se multiplicam sem perder a essência. Ao contrário, líderes tipo “sistema” produzem liderados desconfiados, dependentes e egoístas.

Aprendamos com Jesus a ser um fio condutor como líderes nesta grande missão.

Publicado originalmente em www.institutojetro.com

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Refugiados darão curso de línguas no Brasil

20 refugiados serão professores de inglês, espanhol, árabe e francês no Rio.

No Rio de Janeiro, vinte refugiados começarão a dar aulas de espanhol, inglês, francês e árabe no curso “Abraço Cultural”, com o apoio de organizações como Caritas RJ e Atados. Esse projeto terá cerca de 30 voluntários envolvidos e, além do curso de idiomas, eles trocarão experiências sobre suas culturas, incluindo a música, a culinária, a dança e a literatura, por exemplo. Esse projeto também existe em São Paulo, desde 2015. Entre os refugiados estão professores da República democrática do Congo, da Venezuela e da Síria. Segundo dados das organizações, os congoleses darão aulas de francês e os sírios de inglês. O curso de árabe será oferecido por outro sírio, fluente em português. Nossos vizinhos venezuelanos ensinarão a língua espanhola. Os professores passaram por um período de preparação fazendo cursos de capacitação com pedagogos. O projeto ainda visa abrir mais 80 vagas que serão divididas em diversas turmas. O projeto Abraço Cultural, muito mais do que uma nova língua, visa conectar as culturas e enriquecer os dois lados através da inclusão social e da permuta de experiências e de pensamentos.

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Refugiados no Brasil

O Brasil, atualmente, tem cerca de 8.500 refugiados, segundo dados do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) e do Ministério da justiça. Desses 8.500, a maior parte deles vem da Síria. Em menores números, estão registrados refugiados da Colômbia, Angola e República Democrática do Congo. O Rio de Janeiro é a sexta cidade brasileira com mais refugiados no país. São Paulo é a primeira cidade que mais recebe refugiados, à frente  do Rio Grande do Sul, segundo dados divulgados em agosto de 2015 pelo Conare. O curso será realizado na Casa de Cultura Habonim Dror, um centro judaico que educa jovens através da educação não-formal e que está localizado em Botafogo, na Zona Sul.

Até o momento, estima-se que mais de 250 pessoas já tenham demonstrado interesse e as línguas mais procuradas seriam árabe e francês. Nos cursos, os alunos não só vão aprender a gramática da língua, mas também seu contexto cultural, incluindo a política e a história que os refugiados passaram até chegar ao Brasil. Os professores terão uma remuneração de R$ 1 mil ao longo dos quatro meses de curso. O curso já pode contar com a presença de advogados, historiadores, engenheiros e outros profissionais que estão com boa vontade de abraçar essa oportunidade. Para os interessados que ainda não se informaram sobre o curso, as organizações estarão abertas para tirar dúvidas.

A mensalidade será de R$ 200 mensais, com aulas todas as semanais, de até 1h30, além de uma aula sobre a introdução dos estrangeiros, onde os alunos também aprenderão a dança, a música, a gastronomia, a política, os interesses e as maravilhas da cultura de cada um deles. Em São Paulo, o projeto deu mais do que certo. O curso iniciou em julho de 2015 e já teve inscrição de mais de 120 alunos, principalmente no curso de férias.

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