Ética e Liderança Cristã: 2015

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Liderando como Deus quer

O pastor deve manter-se longe dos perigos que ameaçam a integridade de seu ministério.
por Russel Shedd(*)

Samuel, filho do pastor da igreja da qual eu era membro, conversava com seus colegas da escola sobre a importância das profissões dos seus pais. Um gabava-se: “Meu pai é químico; ele descobre produtos úteis para a sociedade”. Outro dizia: “O meu é engenheiro. Ele constrói pontes e estradas”. Notando o silêncio de Samuel, os colegas perguntaram-lhe: “E o seu pai, o que ele faz?” O adolescente encolheu os ombros, meio encabulado, e confessou: “Meu pai não faz nada – somente fala.”
Acredito que muitos pastores repassam a impressão geral de que o líder de uma igreja tem uma vida isenta de responsabilidades mais pesadas. Um colega, certa vez, me contou como chegara a escolher a carreira de pastor. Quando jovem, ele passava na frente da casa de um ministro do Evangelho. Observava que ele pulava da cama depois das nove horas da manhã e, depois, seguia uma rotina bem suave – ia pescar quando lhe convinha, conversava alegremente com os amigos, era constantemente convidado para as celebrações das famílias da igreja. Nas horas mais vagas, preparava uma homilia de vinte minutes para o culto nos domingos. O jovem percebeu que aquele pastor era honrado na sociedade e recebia um salário bom, e esta foi a vida que escolheu para si.
Não me admirei em ouvir, tampos depois, que aquele jovem, já guindado à condição de pastor, havia se divorciado da esposa e seduzido a mulher de um líder da sua igreja. Acabou saindo do país com ela, indo pastorear uma igreja no exterior, onde, quem sabe, a história se repetiria. Acabei perdendo contato com aquele “pastor lobo”, vestido de pele de ovelha.
Como ele, há muitos e muitos por aí. Pastores que não fazem caso das exigências bíblicas para o pastorado, especialmente aquela que requer que o bispo seja “irrepreensível”(registrada em I Timóteo 3.2), são uma ameaça para a igreja! O mais devastador dos perigos do ministério é a falta de integridade, quando o pastor prega aquilo que não vive e ilude os membros da igreja, fingindo ser um homem chamado por Deus. Quando a igreja não tem um padrão de qualidade e não requer de seu pastor que preste contas a alguém, há o perigo da preguiça. Gastar pouco tempo com Deus ou imaginar que um curso de seminário é suficiente para o pastoreio não qualifica ninguém para o ministério. Muitos pastores pensam que nada mais é exigido do pregador senão de colecionar um acervo de boas histórias e ler um texto da Bíblia para logo esquecê-lo, sem se preocupar com o sentido da passagem ou como as Sagradas Letras deveriam ser aplicadas às vidas de seus ouvintes.

GRANDE OBRA
O professor de um seminário pediu que seus alunos procurassem saber dos membros de suas igrejas o que achavam das pregações dos seus pastores. O consenso colhido foi o de que os pastores leem a Bíblia, mas não a explicam, nem aplicam o texto para a vida diária das pessoas. Outra conclusão do estudo foi a impressão generalizada de que os líderes têm mais interesse nos negócios das igrejas do que na vida espiritual dos membros.
Robert Murray McCheyne, um jovem pastor de Dundee, na Escócia, e muito usado por Deus, disse: “A grande obra do pastor, na qual deve depositar as forças do seu corpo e mente, é a pregação. Por mais fraco, passível de menosprezo, ou louco (no mesmo sentido como chamaram a Paulo de louco) que possa parecer, este é o grande instrumento que Deus tem em suas mãos e para que, por ele, pecadores sejam salvos e os santos sejam aptos para a glória. Aprouve a Deus, pela loucura da pregação, salvar aos que creem. Foi para isso que o nosso bendito Senhor dedicou os poucos anos de seu próprio ministério – e esta foi a grande obra de Paulo e de todos os apóstolos. Por isso, Jesus nos deu este mandamento: ‘Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho’.” Com efeito, o sucesso eterno do ministério de qualquer pastor será medido pelo poder de sua pregação. Comentou Cotton Mather: “O desenho e intenção principal do pregador é restaurar o trono e domínio de Deus nas almas dos homens.”
Outro perigo envolve as finanças do pastor. Raras vezes seu salário tem alguma folga. O cartão de crédito parece ser uma providência divina para adquirir “necessidades” que estouram o orçamento. Parece que o pastor acredita que os membros têm a responsabilidade de socorrer ministros que gastam mais do que recebem. Acontece que o que parece ao pastor ser uma necessidade não convencerá os membros da comunidade, que via de regra vivem com salários inferiores ao que seu pastor recebe. Se o dinheiro é a motivação, sua alegria não virá do ministério, mas das coisas que pode comprar. Paulo combate esta ameaça, dizendo: “Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros” (Romanos 13.8). A integridade do pastor se reflete na honestidade com que trata o dinheiro da igreja.
Uma pesquisa feita na escola de missões do Seminário de Fuller, nos Estados Unidos, sobre a vida de 900 líderes evangélicos, tanto na história como no presente, revelou que eles reconhecem que a autoridade espiritual é a base principal do poder, isto é, o impacto de um ministério que transforma vidas depende da intimidade que o líder tem com Jesus. Essa intimidade se nutre através de pureza pessoal, adoração e uma vida fiel de oração. Uma das principais ameaças do ministério se revela no profissionalismo que busca sucesso de outras fontes de poder. O líder cristão pode decidi raprimorar-se na psicologia, na oratória ou com conhecimentos intelectuais. Contudo, em qualquer outro foco de um ministério faltará a vitalidade que somente o Espírito Santo é capaz de suprir. O exemplo do apóstolo Paulo nos desafia a todos: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome; tendo muito, ou passando necessidade” (Filipenses 4.12).
Muitos ministros não sentem que a tentação sexual possa ser problema. Pensam que esse tipo de atração pode ser perigosa para os outros, mas não para eles. No entanto, a lamentável frequência com que os escândalos têm abalado a reputação das igrejas evangélicas sinaliza para a necessidade de cuidados especiais. Paulo advertiu seu filho na fé nos seguintes termos: “Fuja dos desejos malignos da juventude” (II Timóteo 2.22). Prevenção requer um plano eficaz para repelir as tentações que assolam a vida de muitos pastores. O texto coloca justiça, fé, amor e paz e, especialmente, a companhia de pessoas que, de coração puro, invocam o Senhor como baluarte contra a atração sexual pecaminosa.
A internet tem trazido para dentro de casa a possiblidade de contaminar o coração do pastor com a pornografia. Ainda que poucos ministros confessem esse vício secreto, a praga moderna ameaça a estabilidade de muitas famílias e o relacionamento de pastores com suas igrejas. Qualquer líder que não mantém a fé e a boa consciência enfrenta o perigo de “naufragar na fé”, conforme Paulo admoesta a Timóteo. Jesus ensinou que os puros de coração são felizes porque eles verão a Deus. E que dizer do que maculam suas mentes com pornografia?

AVALIAÇÃO CONSTANTE
De minhas muitas décadas de ministério pastoral, tenho aprendido, continuamente, a desenvolver disciplinas pessoais e espirituais que podem nos manter a salvo na questão da integridade sexual. Em primeiro lugar, é preciso avaliar nossa condição espiritual regularmente, sabendo que a falta de oração e comunhão com Deus é fatal. Em segundo lugar, o pastor precisa manter um casamento de qualidade, com comunicação, evitando sentimentos de descontentamento, pobreza no relacionamento sexual e frieza na intimidade. Não se pode ser omisso na busca por um bom relacionamento espiritual e emocional. Além disso, é necessário, sempre, demonstrar respeito e amor, as chaves de um casamento saudável. O servo do Senhor também precisa tomar precauções básicas, fugindo de qualquer pessoa que o atraia sexualmente e evitando aconselhamentos com pessoas do sexo oposto sem a presença do cônjuge. A descoberta de um bom amigo com quem se possa abrir o coração para revelar qualquer sentimento que não seja puro e saudável deve ser uma prioridade. Por fim, deve-se ter em mente, sempre, o poder destrutivo que uma queda no pecado sexual tem sobre ministério abençoado por Deus.
Na lista de qualificações que o pastor deve ter, Paulo inclui o governo da família. O líder deve ter “os filhos sujeitos a ele”. “Se não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?”, questiona o apóstolo (I Timóteo 3.4,5)? Na cultura brasileira, muitos pais não exigem a obediência dos filhos. O individualismo reina de tal modo que os pais chegam a se cercar de cuidados para não contrariar seus filhos. Todavia, a Bíblia ensina com clareza que filhos e pais são pecadores. Todos necessitam disciplina para aprender a obedecer aos pais, tal como os pais precisam de disciplina bíblica para submeter-se a Deus. Por isso, Paulo faz a conexão do líder responsável pela igreja e a responsabilidade de chefiar a família.
Algumas qualificações são mais determinantes do sucesso no ministério do que outras. Acredito que a que mais importa para o pastor é o amor pelas pessoas e sua humildade, além de coragem. Jesus convidou os cansados e sobrecarregados a aprender dele a se tornaram humildes e mansos (Mateus 11.29). Se Jesus Cristo for realmente o modelo que norteia o ministério, não há que se duvidar de que essa qualidade tenha importância singular. Alguns pastores esquecem que são ovelhas que também precisam do pastoreio do Bom Pastor (I Pedro 5.4). Essa atitude de altivez é especialmente perigosa nos tempos em que vivemos, nos quais o sucesso ministerial é medido por números e marcas externas de uma igreja. Jesus não teve um sucesso notável ou popularidade. Tanto, que ele rejeitou a proposta do povo, que queria aclamá-lo como rei (João 6.14).
Os líderes de igrejas no presente século percebem que a liderança de uma comunidade de maneira bíblica ficou mais difícil. Mas aqueles que combatem o bom combate, pregando a Palavra e guardando a fé, receberão a coroa da justiça que o Senhor, o justo juiz, lhes dará no dia final. O ministro que combater para vencer, como o apóstolo Paulo lutou, receberá a recompensa prometida na vinda do Senhor.

Russel Philip Shedd é doutor em teologia com estudos de pós-doutorado em Novo Testamento, escritor e conferencista. Americano radicado no Brasil desde 1962, é presidente emérito de Edições Vida Nova e missionário aposentado da missão World Venture.

Publicado em Cristianismo Hoje




quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Princípio da Ética


Enriquecimento religioso ilícito

O estilo de vida empresarial ridiculariza a simplicidade do cristianismo.

Por Ian Leão(*)

Há algum tempo surgiu uma falsa doutrina do evangelho conhecida como “teologia da prosperidade”, que vem sendo denunciada por líderes cristãos. No entanto, hoje não se trata apenas de falsos mestre, pregadores de uma falsa doutrina, oriunda de um falso evangelho, mas de um verdadeiro enriquecimento ilícito de “Líderes cristãos” que deveriam ser exemplo de vida modesta e equilibrada não só para a comunidade Cristã, mas para toda sociedade.
Nossos valores, nos ensinaram que um Líder Religioso deve viver uma vida simples, essa simplicidade deve se estender a todos os âmbitos de sua vida, pois como exemplo, Cristo também viveu de forma simples.
Se voltarmos a história do cristianismo, vamos constatar que todos os Apóstolos e Profetas da história bíblica eram homens simples. Se observarmos, poucos homens ricos aparecem nas Escrituras Sagradas, estes eram homens sem vocação ministerial, foram Patriarcas, foram Reis, mas também vocacionados por Deus em seu tempo. Porém, a grande maioria dos homens dedicados ao trabalho religioso de tempo integral, era constituída de homens simples.
O estilo de vida empresarial, que domina o pensamento dos templos dos nossos dias, praticamente ridicularizou a simplicidade do cristianismo, fazendo com que muitos líderes busquem uma vida mais sofisticada.
Particularmente eu não acredito que seja o propósito cristão que o líder de uma igreja seja rico, com salário exorbitante, e que viva um estilo de vida muito superior ao da maioria dos membros de sua comum congregação.
Em certa ocasião no Evangelho de Jesus segundo o relato de Mateus, no capítulo 8 e verso 20, vamos encontrar uma situação em que um Escriba queria seguir a Jesus e foi informado por Ele que: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho de Deus não tem onde reclinar a cabeça.” Nos tempo de Cristo, os Escribas eram dominadores da letra, ou doutores da lei, eram homens de grande importância, haja vista que no Sinédrio, serviam como juristas e intérpretes da Lei Mosaica, no que diz respeito aos assuntos governamentais, administrativos e jurídicos, quando na sinagoga, eram os intérpretes das Escrituras Sagradas, ajudando o povo a fazer aplicações práticas dos ensinos da lei para o cotidiano. Eles também eram os professores que ensinavam o povo a ler e escrever. Embora não fizessem parte da alta sociedade, tinham privilégios superiores aos da maioria do povo. A resposta de Cristo a este Escriba é, portanto, um esclarecimento de que uma liderança religiosa proposta por Cristo e vivenciada por seus Apóstolos era muito simples se comparada com o estilo de vida que ele estava acostumado.
A história nos deixa a indicação de que este Escriba desistiu de seus planos após as palavras de Cristo. Será que seguiríamos a Cristo, como ministros do seu santo evangelho, se nós ouvíssemos dele tais palavras? Mas elas ainda ressoam em alto e bom tom para aqueles que se dizem chamados para o trabalho religioso.
É certo que hoje a nossa sociedade abriu oportunidades maiores para aqueles que chamamos bivocacionais, ou seja, pessoas que exercem atividades religiosas e uma profissão secular. Trata-se, muitas vezes, de homens zelosos pela causa do evangelho e que, quando assumiram sua tarefa, já eram ricos ou tinham uma vida abastarda. Nesse caso, acredito que o princípio cristão histórico referente à economia deve ser observado.
Tem uma passagem de John Wesley, onde ele ensinou aos homens dos seus dias: “Trabalhe o mais duro que você pode, economize o tanto quanto você pode, doe o tanto quanto você pode.” É certo que todo trabalho honesto e decente é sagrado para Deus, não vejo razão para que um líder religioso deixe de ganhar dinheiro. Neste caso, o princípio de “trabalhar o mais duro que você pode”, certamente continuará a trazer benefícios financeiros. O que fazer com esse benefício financeiro? A segunda orientação de Wesley foi: “Economize o tanto quanto você pode.” Hoje, o desperdício de dinheiro pelo consumismo desenfreado, chega a ser uma ofensa àqueles que nada têm e que muitas vezes lutam para ter o que comer. Não seria ético para um líder cristão viver em um mundo de fartura e consumismo e, ao mesmo tempo, subir nas tribunas para ministrar um sermão aos que vivem uma vida modesta. O que fazer então com o que foi economizado? Wesley disse: “Doe o tanto quanto você pode.”
Eu acredito que a ética cristã deve motivar todos quantos possuem além daquilo que precisam para uma vida boa, para contribuir com o auxílio do necessitado e para o avanço da causa do evangelho, a fraternidade. Esses três princípios, na realidade, valem para todos quantos querem cumprir o mandamento de sagrado em suas vidas. Amar o próximo como a ti mesmo. Quem ama, ajuda! Se de alguma forma temos além do que precisamos, devemos doar.
Agora, simplesmente, é inaceitável que alguém venham a enriquecer à custa dos fiéis. Alguns justificam suas contas ao fato de serem dignos de receber seus salários equivalentes aos de grandes industriais, diretores executivos de grandes incorporações, etc. O conselho do mestre Jesus segundo o Apóstolo Lucas no capítulo 7 e verso 10 de seu evangelho, foi: “Digno é o trabalhador do seu salário”, todo líder religioso é digno de um salário suficiente para a provisão decente de sua vida e de sua família. Viver uma vida religiosa lucrativa financeiramente é diferente do ideal cristão para o homem e portanto é um enriquecimento ilícito para com a ética cristã.
Estes tais “líderes” devem ser denunciados por suas posturas; os fiéis deve ser alertados para se afastarem de homens assim, pois não se assemelham em nada com o Cristo e seus apóstolos. Temos que ter cuidado, pois estes, são cuidadosos no uso das palavras e enganam a muitos. Paulo, um exemplo de cristão nos alertou, através de sua segunda carta a Timóteo, que haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” – (2ª Carta de Paulo a Timóteo, capítulo 4, versos 3,4 e 5.

(*)Ian Leão, membro da Sociedade Dramática e Literária de Morrinhos, articulista e acadêmico de Direito – Fafich


Publicado em DM


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Líderes esgotados

Ronaldo Lidório (*)

Estes são dias marcados por líderes cansados, em crises pessoais ou de trabalho, desanimados e frequentemente experimentando “burnout” ou outra sorte de esgotamento. Boa parte dos fatores de risco se encontra na sociedade: pressões externas, demandas sem fim ou enfermidades psicológicas. Outra parte é definida pela atitude de nosso coração.
Em 2 Timóteo 2:11-15, Paulo dá orientações ao jovem líder Timóteo:
“Esta palavra é digna de confiança: se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. Continue a lembrar essas coisas a todos, advertindo-os solenemente diante de Deus, para que não se envolvam em discussões acerca de palavras; isso não traz proveito e serve apenas para perverter os ouvintes. Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade”.
As principais orientações de Paulo ao jovem líder não se referem a sucesso, destaque, produção, promoção ou realizações, mas a uma postura do coração. Ele diz “se… morremos…, se perseveramos…, se somos infiéis…” – falando sobre as coisas do coração e não da vida pública.
Paulo ensina que aquilo que nos define não é o nosso trabalho, imagem ou reconhecimento, mas nosso relacionamento com Deus. Não é um título ou reconhecimento público, mas nossa vida com o Pai. Vale lembrar que quem ensinava sobre isto era um homem afeito ao trabalho, um incansável missionário, plantador de igrejas e grande teólogo. Parece-nos que ele compreendeu (e ensinou) que a primeira missão da igreja não é frutificar, mas morrer. Apenas quando morrermos para nós mesmos é que conseguiremos viver para Deus. Por isto, escrevendo aos Gálatas, ele declara: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).
Paulo ensina também que o obreiro chamado por Deus deve se apresentar “aprovado”. A expressão usada para esta aprovação (“Dokimon”) indica “medida completa”; nem mais nem menos. Ser e fazer aquilo que Deus colocou em suas mãos.
Talvez esteja aí a principal fonte de esgotamento entre aqueles que fazem o trabalho de Deus: a necessidade de discernir entre aquilo que Ele colocou em nossas mãos e o que simplesmente nos encanta.

Compartilho a seguir alguns breves conselhos:

1. Tenha clareza sobre o que Deus colocou em suas mãos – aquilo com o qual você deve se envolver e aquilo que, mesmo importante, não lhe compete. Não se envolva com tudo que lhe encanta.
2. Procure ser um modelo de vida, e não apenas de trabalho.
3. Guie-se pela visão que Deus lhe deu, não pelas críticas e muito menos pelos elogios.
4. Identifique os seus pontos de dispersão (aquilo que lhe tira da rota) e aprenda a evitá-los. Preste contas.
5. Lidere pela influência espiritual, e não pela autoridade da sua função.
6. Mantenha-se saudável emocionalmente. Não ande com o tanque vazio. (Leia “Andando com o tanque vazio”, de Wayne Cordeiro).
7. Tenha uma vida de oração e mantenha o equilíbrio entre a reflexão e a decisão. Evite os extremos: ser autoritário ou indeciso.
8. Alimente-se, sobretudo pela Palavra, e imprima em sua alma profundas reflexões cristãs. (Leia O Discípulo Radical, de John Stott; De Hoje em Diante, de Elben César; “O Legado Espiritual”, de James Houston; e “Vocação perigosa”, de Paul Tripp).
9. Seja coerente e consistente com suas convicções. Não negocie sua integridade, por mais alta que seja a proposta. (Leia “Dinheiro, sexo e poder”, de Richard Foster).
10. Invista em outros líderes, fazendo discípulos – não seus, mas de Cristo.

Que o Altíssimo nos ajude a termos nossa identidade definida em Cristo, a fazer tudo (e tão somente) o que Ele colocou em nossas mãos e sermos encontrados aprovados – por Ele.

(*) Ronaldo Lidorio é doutor em antropologia e missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais e da Missão AMEM. É organizador de Indígenas do Brasil -- avaliando a missão da igreja e A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual.

Publicado em Ultimato


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

4 erros que você não pode cometer na divulgação dos eventos de sua igreja

Alguma vez você já planejou e executou exaustivamente um evento só para ter 15 pessoas aparecendo na sua igreja? Que decepção, não?! Mesmo que eu acredite que a qualidade é sempre melhor do que a quantidade, ver um grande número de participantes nos encoraja e, de certa forma, nos ajuda a continuar dando nosso melhor a Deus. Seu instinto inicial pode até ser o de decidir por não mais manter o mesmo evento no futuro, pensando que há uma grande falta de interesse, dentro do corpo da igreja ou de seus visitantes. Mas, por acaso, você já parou para pensar que os métodos de “marketing” utilizados podem ter sido o seu real problema? Aqui estão alguns erros que eu e você poderíamos ter cometido e que, se melhorados agora, podem fazer com que o seu próximo evento seja um sucesso altamente concorrido e de extrema qualidade.

1. “Vender” o Evento
Isto pode até soar absurdo, ou contraditório, mas me ouça. Ao promover o seu próximo evento, não faça apenas uma venda sobre o evento. Faça uma publicidade sobre o benefício que o evento trará aos participantes. Eu aprendi que as pessoas só participam verdadeiramente de um evento quando elas sabem que há algo para elas mesmas nele. Não digo de forma egoísta ou interesseira. Aqui está um exemplo para explicar. Ao criar o seu flyer, e-mail, cartaz, landing page ou site específico para a EBD dos próximos meses, não use o título “Escola Bíblica Dominical (ou Discipuladora)”. Em vez disso, faça uma mensagem como: “Uma maneira divertida e séria de sua família aprender mais sobre determinado tema bíblico e a se conectar com Jesus neste semestre!”. E, em seguida, mostre ou evidencie a EBD e todos os seus respectivos detalhes. Neste exemplo, o primeiro título está tentando “vender” o evento e só explica o que ele é. Mas a segunda mensagem faz o trabalho de dizer por que alguém deveria participar ou no mínimo querer participar dele. E isso é o que realmente conecta, impulsiona e encoraja o desejo de alguém em ser parte do seu evento.



2. Ser inconsistente
Um princípio fundamental de qualquer publicidade ou marketing é ser consistente em todas as campanhas relacionadas. Mas, muitas vezes, nós não dedicamos o tempo necessário para planejar a devida divulgação do evento da igreja e acabamos por criar comunicações aleatórias e desconexas que trarão confusão. Nossa cultura parece preferir pelos chamados fazedores e, quase sempre, intitula os planejadores de metódicos, perfeccionistas ou medrosos. Cuidado, não se deixe enganar, essas pessoas devem andar junto com você sempre. Elas lhe ajudarão muito, se você for um fazedor viciado e contumaz (como eu! Hehe). Ao planejar as comunicações que você vai fazer em torno de seu evento, olhe para ele como uma campanha publicitária e elabore um plano que irá ajudá-lo a explicar claramente os detalhes do evento. Um a um. Em seu plano, debata um tema com muito brainstorming (explicaremos como em nossos próximos posts) e fique com o tema que surgir e encorajar/empolgar a todos. Escolha um título ou um slogan para o seu evento, selecione uma imagem-tema e escolha uma fonte e cores. Leve estas características de design e de texto ao longo de cada passo e veículo que você for utilizar para anunciar o evento. Além disso, crie um cronograma. Assim você saberá quando enviar e-mails, cartazes, vídeos, postar em seus canais de mídia social ou promover o evento em seu site! Essa atitude traz consigo um bônus: uma vez que você tenha um bom cronograma construído (ao longo de vários eventos você acaba adquirindo um know-how de como fazê-lo conforme suas peculiaridades), você poderá repeti-lo para muitos eventos futuros. Afinal, não se mexe em time que está ganhando.

3. Perder seu público-alvo
Em tempos passados (e, ainda, em algumas igrejas atuais) havia boletins e anúncios pessoais do púlpito, duas maneiras básicas para se comunicar os acontecimentos de uma igreja. Mas, estes dois métodos só funcionam (ou funcionavam! Hehe) se as pessoas estivessem sentadas nos bancos e atentas às informações, não? O garoto que foi buscar água ou o atrasado de carteirinha não ouviram ou ouvirão. Atualmente, nós possuímos toneladas de outras opções para alcançar nossos “freqüentadores”, meios que estão disponíveis a cada hora de cada dia e em todos os momentos e lugares. E-mail, sites, mídias sociais, aplicativos e mensagens de texto foram aumentando nossas oportunidades de se conectar e divulgar constantemente. Defina seu público e tente usar cada uma destas fontes de publicidade e ver quais as que funcionam melhor com a sua igreja e evento. Você pode optar por várias formas de comunicação para que o seu evento possa chegar a um número maior de pessoas, mas certifique-se de que você esteja (e fique) consistente sempre!

4. Não fazer o dever de casa
Pastores e líderes, eu lhes imploro, por favor façam o dever de casa. Passe algum tempo com sua idéia, evento, tema; deixe-os cozinhar e revirar no seu cérebro por alguns dias (pelo menos!). Leia tantas fontes secundárias quanto você puder ter acesso sobre o seu tópico, leia, leia mais um pouco, e depois, leia um pouco mais, sobre comentários e críticas, ouçam músicas relacionadas e assistam a filmes, peças e “sketches” sobre a idéia central ou temática do seu evento. Você nunca deve planejar um evento no dia (ou semana) anterior ao da de sua execução. Você não estará fazendo justiça ao seu evento e esforço, nem mesmo dará espaço para que Deus se comunique com e através de você. Estar à frente de seu evento não significa apenas liderar, planejar e executar, é estar na frente dos problemas, percalços e variantes que só vemos ao fazer a lição de casa (por pelo menos uma semana antes!). Isto lhe permitirá ter tempo suficiente para fazer ajustes, edições e cortes em áreas que simplesmente não funcionariam.

Publicado em Conversão Digital


sábado, 3 de outubro de 2015

Líderes comuns e pessoas que realmente lideram

Wellington Moreira

Líderes comuns e pessoas que realmente lideram: a sutil diferença entre eles está na forma com que se comunicam com o mundo.
Tempos atrás estive à frente de um projeto no qual chamava atenção o fato de que algumas pessoas realizavam seu trabalho mecanicamente há muitos anos sem terem ideia dos reais motivos de cada uma das regras, procedimentos e padrões que precisavam seguir no dia a dia e mencionei este problema - e suas consequências - numa reunião com a alta direção da empresa.
Contudo, a minha preocupação não foi bem recebida por um dos gerentes que, levantando a voz, afirmou que isto não acontecia em sua área e ainda chamou à sala um dos seus encarregados de setor para comprovar. Quando a pessoa chegou, logo perguntei: "Por que toda vez que a fumaça cinza fica branca vocês têm de seguir o protocolo 17?" Ele respondeu sem gaguejar: "Eu não sei por quê, mas quando isto acontece, eu realmente sigo tudo aquilo que está descrito no protocolo 17 e o problema é resolvido". Na sequência, o questionei: "E se a fumaça sair de outra cor, a não ser branca ou cinza?" Ele respondeu: "Daí eu não sei o que fazer".
A maior parte dos líderes se relaciona com as pessoas dizendo basicamente "o quê" deve ser feito. Fornecem orientações expressas e pouco descritivas que indicam o trabalho que cabe à equipe e depois esperam que as pessoas se virem para dar conta do recado.
Outros líderes têm por hábito explicar "como" as coisas precisam ser feitas. Eles detalham a forma com que acreditam que o trabalho será bem executado e respondem as perguntas que surgirem a fim de orientar aqueles que são responsáveis por colocar a mão na massa.
E há pessoas que lideram dizendo o "por quê" das coisas. Explicam a causa ou missão que está por detrás da tarefa a ser feita, esforçando-se por responder aquela indagação que a maior parte das pessoas não faz diretamente ao seu gestor, mas sempre passa pela cabeça delas: "Por que devo me importar?"
Muita gente me questiona qual é a principal diferença entre líderes comuns e pessoas que realmente lideram? A resposta é bem simples: a forma com que eles se comunicam com os outros e consigo próprios.
Líderes comuns dizem o quê, depois como e, por último, por quê as coisas devem ser feitas desta ou daquela forma. Pessoas que causam grande impacto na sociedade fazem exatamente o contrário: elas explicam primeiro o por quê da causa, depois mostram como o trabalho será feito e só por fim comunicam o que materializa a sua ideia.
O antropólogo norte-americano Simon Sinek, autor de "Por quê? Como grandes líderes inspiram à ação" (Ed. Saraiva), escreveu a respeito deste assunto e sentenciou: "As pessoas não compram o que fazemos, mas sim a razão por que o fazemos". Ou seja, é impossível ser um líder inspirador sem praticar o valor do porquê.
Quando você fala ao coração das pessoas, consegue extrair delas aquilo que têm de melhor. Alcança um nível de compromisso que as faz superar os mais diferentes obstáculos pelo simples fato de que elas encontram sentido naquilo que realizam. Aliás, é por isso que todo mundo só fala na liderança baseada em valores.
Até mesmo o nosso diálogo interno é orientado pelas causas emocionais e não apenas pelos motivos racionais. Pode ver: às vezes, você tem todas as informações necessárias à mão para tomar uma decisão, mas ainda assim se sente confuso sem saber se deve proceder desta ou daquela forma. Qual o problema? É provável que nestas situações ainda não tenha encontrado o seu "por quê?".
Quando você se esforça em pensar no porquê das coisas, está procurando encontrar um motivo suficientemente forte para se dedicar a uma causa e não simplesmente a um trabalho ou tarefa qualquer. Está preparando a sua mente e corpo para envolver-se em algo apaixonante e que possa arrebatá-lo.
Grandes líderes na história da humanidade sempre se esforçaram por fazer com que as pessoas acreditassem nas ideias em que eles acreditavam e não nas tarefas que estavam descritas em seu Plano de Metas. Eles não se esforçaram primeiramente em fazer com que todos entendessem o que seria executado e sim por que suas causas eram significativas.

Reprodução autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e a fonte como: http://www.institutojetro.com



terça-feira, 25 de agosto de 2015

5 mentiras que mantêm você preso na sua zona de conforto

Um rei foi presenteado com dois jovens falcões. Este, imediatamente contratou um mestre em falcões para treiná-los. Depois de vários meses, o instrutor disse ao rei que um dos falcões foi bem educado, mas não sabia o que estava acontecendo com o outro.
Desde que ele tinha chegado ao palácio, ele não havia se mudado de galho, ainda tinha que levar a comida diariamente a ele.
O rei chamou diversos curadeiros, especialistas em aves, mas nenhum pode fazer o pássaro voar. Desesperado, ele emitiu um decreto proclamando uma recompensa para aqueles que fizessem o falcão voar.
Na manhã seguinte, o rei viu o pássaro voando em seus jardins.
– Traga o autor deste milagre! Ordenou o rei.
Apareceu diante dele um simples camponês. O rei perguntou:
– Como você conseguiu fazer o falcão voar? Você é um mago?
– Não foi muito difícil meu rei – disse sorrindo o homem. – Eu só cortei o galho que ele estava. Naquela ocasião, o pássaro foi deixado sem nenhuma outra alternativa senão levantar vôo.

Esta fábula ensina-nos que às vezes é necessário permanecer em uma zona campo para recarregar, mas permanecer aí por um longo tempo, nunca saberemos o quão longe poderíamos chegar.
Portanto, precisamos expandir cada vez mais nossa zona de conforto. Nós só crescemos fora da zona de conforto.
Quer gostemos ou não, a capacidade de deixar conscientemente nossa zona de conforto e se atrever a descobrir novos horizontes e realizar nossos sonhos é o que nos torna diferentes dos outros, é o que nos permite ter novas experiências que enriquecem e dão sentido a nossas vidas.
Infelizmente, a maioria das pessoas preferem ficar em sua zona de conforto, o espaço em que eles se sentem mais ou menos confortável e seguro.
Para entender a zona de conforto pode imaginar dois círculos concêntricos, um pequeno dentro de um maior.
O pequeno círculo representa todas as coisas a que estamos acostumados, nossos hábitos e rotinas que normalmente visitam os locais e pessoas que frequentam. É nossa zona de conforto.

À primeira vista, tudo pode parecer grande, mas o fato é que a permanência dentro desse círculo não é uma garantia de felicidade e não garante que no final de sua vida não terá arrependimentos.
Na verdade, ficar na zona de conforto limita você, porque não lhe permite descobrir nada de novo. Assim, você pode morrer um pouco a cada dia. Lembre-se de que a vida começa onde termina sua zona de conforto.
No entanto, há um círculo muito maior, composto de coisas que você não conhece, o desconhecido, seus sonhos, novos lugares … É o círculo da aprendizagem, ai que ocorre a expansão.
Para muitas pessoas dar esse salto assusta-os demasiadamente, porque não sabem o que vão encontrar no outro círculo, de modo que colocam em prática um mecanismo de auto-sabotagem, para permanecer em sua zona de conforto e não ser forçado a sair.

As mentiras que contamos a nós mesmos para não sair da zona de conforto:

1. “Eu não tenho por que fazer”
É verdade, ninguém pode empurrá-lo para fora de sua zona de conforto e você não é obrigado a sair, mas se você ficar dentro da caixinha, não irá crescer. Lembre-se que não crescemos simplesmente pelo passar dos anos, mas pelos os desafios que enfrentamos.
Quando você pensa em um projeto que representa um grande desafio e de repente sua voz interior lhe diz que você não tem porque fazer, em realidade o que você está expressando é uma resistência à mudança, porque uma parte de você deseja que fique dentro dos limites do conhecido.
No entanto, se você pensar que não há nenhuma razão para realizar algo novo, lembre-se que simplesmente fato de crescer e descobrir, são razões mais que suficientes.

2. “Não é o momento certo”
Condições perfeitas para empreender algo raramente ocorrem, mas para perseguir um sonho significa lutar contra o vento e a maré, criando condições ao longo do caminho.
Quando você diz a si mesmo que não é o momento certo, você está ativando o medo, provavelmente um intenso medo do fracasso inoculado em você desde a infância.
Claro, não se trata de se lançar-se a uma aventura sem avaliar os prós e contras, mas se nós realmente queremos alçar vôo, devemos ser conscientes que não podemos ficar parados, precisamos ir em pequenos passos.
E quando percebermos já estamos caminhando melhor.

3. “Vou começar quando …”
Esta é uma das desculpas mais comuns para ficar seguro em nossa zona de conforto. Na prática, é o engano perfeito, porque não estamos desistindo do sonho ou do projeto que temos em mente, mas apenas colocando-o de lado até que determinada situação ocorre.
O problema é que essa desculpa leva diretamente a procrastinação, por isso é provável que quando a condição da demanda for atendida, criaremos outra, e mais outras.
Desta forma, mantemos a esperança viva, mas ao mesmo tempo, temos que trabalhar duro para tornar esse sonho uma realidade.

4. “Não é para mim”
Basicamente, por trás dessa frase a ideia de que nós não somos o suficiente bom ou capazes. Esta é a desculpa perfeita para inseguros e pessoas com baixa auto-estima. Também é uma desculpa usada por pessoas que têm medo do mundo e se fecham para novas experiências. Em qualquer caso, você não pode saber se algo que você gosta ou não até prová-lo.
Na verdade, é provável que em mais de uma ocasião tenha pensado que algo não foi feito para você, mas depois de provar, você amou e se tornou empolgado com a nova situação. Portanto, não feche para novas experiências nem se limite como uma pessoa. É a pior coisa que poderia fazer.

5. “Eu não sei como fazer”
As coisas novas podem assustar, então uma das desculpas que inventamos para ficar em nossa zona de conforto é dizer-nos que não sabemos como enfrentar o desafio.
Podemos pensar que não temos habilidades ou que nunca podemos desenvolver. No entanto, lembre-se que quando você tem um “quê”, os “comos” vem sozinhos.
É verdade, para realizar determinados projetos a preparação é necessária, mas isso não significa que você não pode fazê-lo, significa apenas que levará mais tempo ou precisa de alguém para ajudá-lo.
Nenhuma habilidade vem do nada, todos tem na sua base muita paixão e esforço para o que a realiza, é assim com todos que atingiram esses patamares.
No fechamento, tenha sempre em mente o que Nelson Mandela disse: “Impossível é tudo aquilo que não se tenta” ou como disse Michel Jordan: “Você erra 100% das bolas que não arremessa“

Publicado em Yogui

terça-feira, 18 de agosto de 2015

3 Dicas para ter mais iniciativa e se tornar um líder

Em qualquer área ou fase da vida, a iniciativa é o que conecta você ao que você deseja e faz suas prioridades terem sentido.

por Conrado Navarro(*)

Iniciativa e liderança
A beleza da iniciativa é que ela está intimamente ligada à liderança. Você não consegue se tornar um líder de uma hora para outra, mas se você criar o hábito de ter iniciativa, então as pessoas à sua volta irão perceber isso e, naturalmente, irão enxergá-lo como um líder. A iniciativa, portanto, é uma ferramenta poderosa para que você conquiste a liderança. Isso, aliás, é parte da história que explica a diferença entre um “chefe” e um líder.

Dica 1: Pare de procrastinar
Entenda muito bem que não é possível desenvolver o hábito de ter iniciativa enquanto você ficar deixando para a amanhã aquilo que você pode fazer hoje (ou poderia ter feito semana passada). Aliás, vou pegar pesado de novo: muito difícil você alcançar qualquer nível de sucesso sem abandonar o costume horrível de procrastinar.
E tem outra coisa: deixar de procrastinar não é apenas fazer de uma vez alguns itens urgentes, mas incluir coisas importantes na sua agenda, como planejamento financeiro, leituras, cuidados com a saúde e etc. Parar de procrastinar é trabalhar suas prioridades de forma que você faça o que é importante e necessário.

Dica 2: Pratique a iniciativa
Em quase todas as situações de nosso cotidiano é possível exercer a iniciativa. Desde uma melhoria no seu trabalho até ajudar um idoso a atravessar a rua, você precisa estar atento e pronto para colocar em prática a iniciativa.
Ao fazer isso, não espere uma recompensa imediata, seja ela de que tipo for. Apenas faça o que precisa ser feito com o objetivo de desenvolver este importante hábito. Dinheiro e reconhecimento são importantes, mas as grandes recompensas da vida não são medidas apenas nestes termos. Um trabalho benfeito gera um tipo de alegria e satisfação que não deve ser ocupado apenas pelo prazer de ser pago por isso.

Dica 3: Seja um multiplicador da iniciativa
Uma vez que você já praticou o suficiente para que a iniciativa esteja presente no seu estilo de vida, agora é a hora de ensinar essa qualidade para outras pessoas. Seja você o motivo de alegria das pessoas e experimente uma sensação ímpar de felicidade em sua vida. É assim que líderes geram líderes! Comece com as pessoas mais próximas e em seguida expanda para outros.

Conclusão
Antes de encerrar, quero chamar sua atenção para um ponto adicional: se você não for um bom exemplo para as pessoas, não adianta dar sermões para elas. Isso será inútil. Sempre desenvolva o tipo de caráter que você quer encontrar por aí – e viver assim só será possível através de suas ações.
Digo isso porque para ser um bom líder, você também precisará desenvolver e cuidar de seu caráter, e para isso você precisará de muita iniciativa. O mundo carece de líderes de verdade, e você pode ser um deles! Está esperando o quê? Você já sabe o que fazer. Obrigado e até a próxima!

Foto “Initiative”, Shutterstock.

(*) Conrado Navarro
Educador financeiro, tem MBA em Finanças pela UNIFEI. Sócio-fundador do Dinheirama, autor dos livros "Dinheiro é um Santo Remédio" (Ed. Gente), “Vamos falar de dinheiro?” (Novatec) e "Dinheirama" (Blogbooks), autor do blog "Você Mais Rico" do Portal EXAME e colunista da Revista InfoMoney.


Publicado em Dinheirama

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

4 preciosas lições de liderança que você deve aprender com Jesus Cristo


Pablo de Paula

Aprenda com o líder dos líderes a otimizar suas competências e ao mesmo tempo valorizar a alma humana por meio do amor e da sabedoria.
Jesus era o príncipe dos relacionamentos: as pessoas se sentiam amadas, acolhidas, seguras, motivadas, entusiasmadas e apaziguadas sob suas asas. A influência que ele exercia sob seus pares era algo tremendamente assustador e não raramente incomodava os cidadãos hipócritas e interesseiros que viviam nas redondezas de Israel. Isso porque o messias era demasiadamente ousado e metia o dedo nas feridas daqueles se achavam “intocáveis”, “inquestionáveis” e “inalcançáveis” pelo poder que ostentavam (político, religioso e social), demonstrando que o verdadeiro líder é aquele que não se intimida perante ambientes ilusórios, trazendo a luz da verdade para descortinar as alegorias fantasmagóricas com o intuito de restabelecer a ordem pondo a justiça no píncaro supremo da regente e supracitada pirâmide.
Sim, ele era um “cabra macho” e defendia como ninguém seus princípios e valores, porquanto acreditava titanicamente no alvo máximo de seu castelo: elevar a consciência humana e dar a ela uma base colossal para permitir seus escultores edificarem seus pilares sob uma rocha eximiamente intransponível. Em outras palavras, ele tinha como sempar propósito provar que qualquer pessoa do mundo, por mais simples que fosse, poderia ter uma existência grandiosa se soubesse vencer a maldade praticando a bondade: gerando um âmago diferenciado tendo como sumo pilar o amor e as suas formosas e inigualáveis subdivisões.
Essa sublime ideia fez com que ele fizesse um sucesso estrondoso em seu ministério, alcançando larga popularidade e recebendo inúmeras reverências por seu modo pacífico e espontâneo de lidar com a natureza humana.
Seguramente, não é por mera coincidência que ele continua atraindo numerosos discípulos mesmo depois de tantos anos terem se passado. Jesus é o personagem mais marcante e itinerante de toda a trajetória terrena e sua doutrina permanece intacta perante ventos, tempestades e abundantes fenômenos intempestivos.
É curioso ainda, que alguém nasça tão somente para satisfazer os desejos alheios, renegando as próprias vontades e volições simplesmente por amar o próximo e se preocupar exclusivamente com ele. Parece ser algo irreal para os padrões que conhecemos, transcendendo a razão e as esferas da lógica instituída, no entanto, por mais louco que isso possa aparentar, esse era o segredo sui generis do sublime paladino da ternura: viver para os outros, realizar todas as obras de bom grado, não esperar nada em troca e ter jubila/extensa satisfação.
Trazendo essa maravilha materializada para o vasto campo da administração, devemos admitir que toda essa alegoria de qualidades cristocêntricas tem muito a nos ensinar (mercadologicamente falando), pois ninguém demonstrou tamanha inteligência e equilíbrio para tratar os outros como profeta mais aclamado de Belém. Ele foi o melhor influenciador que esse planeta já teve e deve ser estimado eternamente pelo palácio irremovível que planejadamente arquitetou.
Sabemos que a inteligência emocional é um desejo latente do cerne de qualquer homem de negócios, porquanto saber gerenciar personalidades distintas é uma árdua tarefa e a globalização tornou isso ainda mais desafiador. Conheço muitos livros de liderança e todos são unânimes em reconhecer a importância dos relacionamentos para o sucesso de qualquer negociador contemporâneo, porque a ênfase foi alocada integralmente na competência interpessoal, bem como em suas mais variadas, complexadas e fortificadas ramificações.
Dale Carnegie faz questão de nos brindar com a seguinte reflexão: “Interessando-nos pelos outros, conseguimos fazer mais amigos em dois meses do que em dois anos a tentar que eles se interessem por nós.” Então, é muito mais do que uma simples escolha, é uma decisão que envolve aspectos da natureza social e o que faremos para lidar sagazmente com eles.
Destarte, decidi elencar quatro lições que aprendi com o formoso sábio de Sião para que possamos enriquecer nosso nível de discernimento e otimizar nossa capacidade de interação. Veja:

1 - Autenticidade: Jesus era integralmente verdadeiro consigo mesmo e com o próximo, de modo que aqueles que estavam a sua volta o escutavam por notarem sua transparência, sinceridade e honestidade, fazendo suas palavras serem extremamente valorizadas por serem externadas sempre com o coração.
Se você quer influenciar pessoas e fazê-las ouvi-lo prazerosamente, imite-o: dê a elas a convicção de que estão cercadas de ideias legítimas e pensamentos genuínos sem nenhum tipo de vaidade ou interesse vil. Mostre que sua doutrina irá beneficiá-las e aja sempre com equidade e justiça para que todos vejam que você é um comandante ético e minuciosamente íntegro.
Além disso, cumpra tudo o que prometer, não use sua posição para ludibriar ninguém e somente use a disciplina para instruir (nunca para humilhar). E no fim das contas, você perceberá que seus liderados serão detalhadamente um reflexo de suas ações, de sorte que tudo o que for plantado no âmago deles será colhido por suas mãos de nobre agricultor, fazendo o terreno ser exatamente aquilo sua competência o permitiu fatidicamente ser.

2 - Igualdade: O filho do carpinteiro acolhia carinhosamente os menos favorecidos - gente que a sociedade mais rejeitava, desprezava e humilhava -, como os bêbados, as meretrizes, os ladrões, os assassinos, os mentirosos, os manipuladores, enfim criaturas de conduta reprovada e questionada pelos “juízes” da época.
Obviamente, ele não se aproximava desses indivíduos para estimular essas obras e nem para condená-las, pois sua intenção era outra: dar esperança para aqueles que tinham perdido a confiança, se tornando zumbis desafeiçoados e desalmados de tanto confrontarem apenas críticas e rejeições em uma sociedade de sujeitos demagógicos e covardes que existiam especialmente para fomentarem o caos por meio do preconceito, da negatividade e das alienações endiabradamente hereges.
À vista disso, siga-o: tenha uma conduta parelha independentemente da patente vislumbrada, tratando todos os funcionários de maneira igualitária sem fazer distinção alguma entre as funções, haja vista que empresa é TEIA SINÉRGICA e se sustenta tão somente porque as partes se relacionam e se complementam entre si. Usando letras heterogêneas, um funcionário que trabalha na portaria tem rigorosamente o mesmo valor que o presidente da organização, dado que possuem o mesmo grau de importância, estando apenas em posições diferentes, ou seja, mesmo ocupando um cargo de responsabilidade menor, o porteiro é tão fundamental para a empresa quanto o seu elevado comandante, e por isso, deve ser tratado do mesmo modo.
Externei isso porque vejo que muitos administradores são ignorantes e praticam acepção de pessoas: adequando suas gentilezas embasados no nível hierárquico que cada funcionário ostenta (dando valor ao poder e não a dignidade humana). Ora, quem pratica essa idiotice não tem caráter e vive buscando interesses materiais, transformando suas relações em um fluxo de abjetas ramificações onde que mais importa não é a substância pura dos elementos (integridade), mas sim a quantidade de soberania que estes ambiciosamente acumularam (status).

3 - Servidão: O “Filho do Homem” possuía um entendimento amplo, mas não guardava apenas para si, ele compartilhava tais preciosidades e buscava o desenvolvimento e aprimoramento constante de seus seguidores.
Da mesma forma, busque dividir com seus companheiros suas habilidades, experiências e qualificações para que eles sejam aperfeiçoados no curso de suas funções. O plano máster é fazer o discípulo superar o mestre, concebendo um espírito de polimento constante para que o conhecimento seja disseminado por toda empresa e possa consequentemente fortalecer o grupo (e não as partes isoladas).
Aprendi com o passar dos anos que é impossível se realizar profissionalmente sem influenciar positivamente os outros: é algo que não consigo explicar com palavras, dado que acontece de maneira natural na vida daqueles que praticam atos generosos e tipicamente altruístas. Destarte, enriqueça a cultura de seus colaboradores e otimize o grau de instrução de cada um, objetivando maximizar a força intelectual da empresa para fazer a rede corporativa ser fortemente especializada por intermédio de doutrinações estrategicamente planejadas e vastamente executadas.

4 - Valentia: o Rabino mais respeitado do universo era corajoso e defendia a coroa da justiça por onde passava, destruindo com garra e implacabilidade todas as esferas covardes que seus olhos podiam contemplar.
Por conseguinte, copie-o: crie um clima de respeito na empresa para que as pessoas saibam trabalhar no meio das diversidades, aproveitando as diferenças para otimizar o raio de criatividade e potencializar o nível de invenção. Lamentavelmente, muitos gestores têm mente fechada e apreciam ideias repetitivas, transformando seus ambientes empresariais em monótonas e enfadonhas castas geminianas onde tudo é permitido, menos a liberdade de pensamentos e opiniões - como uma pífia ditadura intelectual -.
Sendo assim, seja democrático: potencialize as racionalizações contrárias para que seu plantel produza atmosferas inspiradoras e piamente inusitadas, permitindo seus participantes fomentarem irreverências e inovações continuamente por meio dessas itinerantes reflexões.
O mundo moderno trouxe numerosas vantagens para o homem, contudo os valores morais e éticos são imutáveis e não podem jamais serem esquecidos. Qualidades como fidelidade, mansidão, intrepidez, sabedoria, humildade, verdade, temperança e amizade precisam ser buscadas e adoradas para que as pessoas possam encontrar a genuína felicidade: que é a pratica constante do amor ao próximo. Seguramente, esse atributo será edificado tão somente por intermédio de atitudes extensivamente abnegadoras, onde possam ser criados mecanismos de apoio e total devoção para que o semelhante possa ser galardoado com tesouros carinhosamente impagáveis e premiado com pérolas fraternalmente imensuráveis.
Isto posto, que possamos crer nessa colossal realidade, criando hábitos inteligentes para alcançarmos os nossos objetivos e simultaneamente contribuirmos para edificação plena dos nossos semelhantes.

Publicado em Administradores

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Cristo e a administração do tempo

Ernesto Artur Berg

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria." Eclesiastes. 3. 1 a 4.
O que é tempo? Tempo é vida. Quem ganha tempo, ganha vida; quem perde tempo, perde vida. É um dos bens mais preciosos que o ser humano tem à sua disposição. O tempo tem características únicas que não iremos encontrar em nenhum outro momento ou lugar. Por exemplo:
1) O tempo é altamente deteriorável: envelhece a cada segundo. Ou você usa o tempo, ou ele simplesmente passa por você. O que você deixou de fazer hoje não conseguirá nunca mais recuperar amanhã. Poderá fazê-lo amanhã, mas o tempo já será outro. O de ontem, nunca mais...
2) O tempo não é estocável: não poderá economizar uma hora hoje e recuperá-lo daqui a dois ou três dias, caso viesse a necessitar de um tempo adicional.
3) O tempo é inelástico: o dia tem 24 horas, nem mais, nem menos. Não há como espichá-lo. Ele anda sempre no mesmo ritmo, não importa o nosso estado de espírito ou as nossas necessidades.
4) O tempo é um bem altamente democrático. Todos temos 24 horas por dia. O homem mais rico do planeta e o homem mais pobre da terra têm as mesmas 24 horas diárias.
O que varia é o que fazemos durante essas 24 horas: é a qualidade do tempo utilizado e a eficácia das nossas ações que fazem toda a diferença. Ou controlamos o tempo, ou ele nos controla. Ou gerenciamos os fatos, ou os fatos nos gerenciam. É um bem tão precioso quanto o ar e a água, mas as pessoas não se apercebem disso. Esbanjam o tempo como se fossem viver eternamente.

Cristo e a gestão do tempo
Cristo sabia da importância do tempo como fator determinante na busca de resultados. Sabia que o seu tempo para a divulgação da boa nova (evangelho) era restrito. Somente de 3 anos e meio para pregar a mensagem, arregimentar discípulos e estabelecer as bases do empreendimento multinacional da salvação de almas. Ele permaneceu em Israel, e adjacências, durante todo esse período, pois sua mensagem, inicialmente, era destinado ao povo judeu. Mas Jesus tinha também a clara percepção de que a sua mensagem não poderia jamais permanecer nos estreitos limites de uma nacionalidade e que se estenderia muito além disso.
Duas das premissas mais importantes da gerência do tempo são: 1) definir objetivos e prioridades e 2) escrever uma lista diária do que fazer, isto, é ter uma agenda das atividades que pretende executar durante o dia, iniciando sempre pelas mais importantes.
Nada indica que Cristo tivesse os objetivos e a lista diária devidamente anotados em seu bolso. Mas com certeza ele sabia sempre exatamente o que, quando e porque fazer algo, já que sua orientação vinha diretamente de Deus.

Tempo: visão de curto, médio e longo prazo.

1) Na visão de curto prazo Jesus afirma: "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanha cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal". Mateus 6.34 Cristo está falando temporalmente no "aqui e agora", e não no "lá e então", em algum lugar futuro no céu. A afirmação é clara: viva o hoje, que já tem as suas próprias dificuldades. Esqueça o ontem, que já aconteceu, e o amanhã que ainda não veio. Dê a cada dia a sua atenção total, o foco de suas ações, já que só o presente constrói e reconstrói o futuro.
O que a grande maioria das pessoas não percebe é que vivemos eternamente no presente, pois o amanhã, quando chegar, será hoje. Da mesma forma como não podemos respirar novamente no dia de ontem ou antecipar a respiração do dia de amanhã - mas apenas fazê-lo agora -, a vida também só existe no presente. O problema são as recordações cristalizadas do que já ocorreu e as projeções receosas do que pode ocorrer no futuro.
Inúmeras pesquisas reiteradamente revelam que 50% dos pensamentos das pessoas são voltados para o passado, 40% para as preocupações do futuro, e apenas 10% dos pensamentos são concentrados no presente. Isso sim é que é viver fora do seu tempo! Logo, a maioria parece não ter consciência do "agora" e vive dopado na dimensão atemporal do passado e do futuro, desgastando e esvaziando a força do presente.

2) Na visão de médio prazo Cristo diz: "Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". Lucas 9.62. Aqui a mensagem é de que, qualquer pessoa que abraçar a causa de Cristo e, ao mesmo tempo, ficar recordando ou sentir saudades do seu passado, não poderá usufruir plenamente da nova vida que lhe foi dada. É o passado, novamente, comprimindo e pressionando as pessoas inseguras a reconsiderarem a opção feita pelo novo. Gerenciar o tempo eficientemente é agir e pensar no "agora" sem tréguas a um passado infeliz e coercitivo. A vida é curta. Concentre os esforços no que realmente conta.

3) Na visão de longo prazo - A regra 20/80 da alta eficiência.
Oitenta por cento do nosso tempo diário são gastos em rotinas ou picuinhas, que tomam muito tempo e só rendem 20% de resultados. Por outro lado, os que sabem esgrimir com o tempo, concentram-se no que é essencial em suas vidas. Isto só toma 20% do seu dia, mas dá um retorno de 80% de ganhos.
Cabe aqui uma pergunta: "Você sabe quais são os 20% de suas atividades e tarefas do seu dia a dia que lhe dão um retorno multiplicado de 80% de ganhos? Talvez ainda não tenha descoberto. Neste caso os fatos estão administrando a sua vida, em vez de você administrar os fatos. Você está trabalhando em cima das prioridades, ou das picuinhas da vida, que lhe dão a impressão de estar vivendo intensamente, mas que, muitas das vezes, não passam de mera agitação e correria?
Agitação e correria não significam, necessariamente, atingimento de resultados. Significam apenas o que são: agitação e correria! Isso lembra a estória do homem montando um cavalo que corria em desabalada carreira pela pradaria, como se o próprio diabo estivesse em seus calcanhares. De passagem por um amigo, este pergunta apressadamente: "Ei, onde você vai com tanta pressa?"
"Isto eu não sei", respondeu o cavaleiro. "Pergunte ao cavalo".
Para a maioria das pessoas a vida é como se elas estivessem montadas naquele cavalo, totalmente desgovernado, galopando apressadamente em direção a coisa alguma. Já se perguntou para onde a vida o está levando? Quais são os seus reais objetivos? O que está construindo em sua vida e o que está fazendo com o seu tempo? Já se perguntou quais são as suas prioridades?
É bom todos nós pensarmos nisso e com presteza. Afinal não viveremos 1.000 anos, nem 200. Com toda ajuda da ciência atual talvez cheguemos, no futuro próximo, aos 120 ou 130 anos. E mesmo assim isso não passa de um segundo no relógio cósmico. "É preciso saber viver", diz a canção do Roberto Carlos.
Cristo era um mestre no manejo do tempo e na percepção do seu significado para a humanidade. Esta passagem revela isso: "Mas ele (Jesus), respondendo-lhes disse: Quando é chegado a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Tolos! Sabeis diferençar a face do céu e não conheceis os sinais dos tempos?"
O que ele estava dizendo é: "Vocês conhecem muito a respeito do mundo que os cerca, mas são incapazes de perceber e reconhecer que uma mensagem - e uma vida - muito superior a que vocês estão acostumados, está sendo entregue a vocês neste momento, por mim". Cristo estava entregando a mensagem dos 20/80 da alta eficiência espiritual.

Texto extraído e condensado do livro "O Maior Empreendedor do Mundo", de Ernesto Artur Berg. (Aguardando publicação).

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

10 Dicas para uma Liderança de Sucesso

Liderar pessoas pode ser um desafio, mas é também um grande privilégio. E o mais interessante é perceber que a maioria das ações, atitudes e comportamentos que nos levam a uma liderança de sucesso não dependem de dons ou talentos, mas de interesse, intenção, vontade, dedicação e disciplina.
Aqui vão 10 dicas que, apesar de simples, podem revolucionar a sua liderança e transformar a vida daqueles que você lidera:

Conheça-se
Antes de conhecer e liderar outras pessoas é preciso fazê-lo a si mesmo por meio do autoconhecimento e da autoliderança. Por isso, separe alguns minutos do seu dia para refletir sobre o que tem feito e o que precisa fazer para aproximar-se do líder que você deseja ser.

Lidere pelo exemplo
Deixe que suas atitudes falem mais alto que suas palavras. Aquela história do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” não funciona em liderança. Por isso, em termos de comportamento e atitude, não exija das pessoas aquilo que você mesmo não esta fazendo.

Construa o alicerce
Liderança é relacionamento e, sem que haja transparência e confiança, ela fica comprometida, já que normalmente as pessoas não se relacionam bem com aqueles em quem não confiam. Portanto, antes de qualquer outra coisa, construa relações de confiança com as pessoas.

Gerencie coisas, lidere pessoas
Gestão tem a ver com metas, recursos, processos, orçamentos etc. Liderança diz respeito a pessoas. Não tente controlar pessoas como se fossem coisas, mas lidere-as, demonstre interesse por elas, aproxime-se delas, trate-as não apenas como um recurso, mas como seres humanos.

Seja corajoso
Líderes de sucesso são corajosos e isso não significa ausência de medo, mas aprender a reconhecer seus medos, enfrentar a realidade de cada situação e escolher a melhor maneira de agir para que os objetivos sejam alcançados.

Pratique a humildade
Além de coragem, líderes de sucesso demonstram humildade em reconhecer seus erros e pontos fracos, permitindo que os outros se disponham a ajudá-lo.

Valorize as críticas
Sempre haverá pessoas que discordam do seu estilo de liderança ou das coisas que você faz. Tente entender os seus pontos de vista e trabalhe naquilo que pode ajuda-lo a melhorar. Tapinhas nas costas são mais fáceis de aceitar, mas não nos ajudam a melhorar.

Realize
O líder é responsável por realizar e não necessariamente executar, já que, para isso tem uma equipe. Líderes de sucesso desenvolvem, preparam e empoderam as pessoas para executarem com excelência suas atividades, portanto, reserve tempo em sua agenda para preparar e desenvolver seus liderados, para que você possa realizar mais.

Seja um coach
Crie planos de desenvolvimento e desafie seus liderados, exija deles o melhor, ajuste a rota e dê feedbacks construtivos e constantes. Quando eles te perguntarem sobre como fazer alguma coisa, devolva a pergunta e deixe que eles busquem a solução. Só assim eles se tornarão mais resilientes, proativos e autônomos.

Forme novos líderes
Em liderança, não existe sucesso sem sucessão. Uma liderança sem reprodução é uma liderança sem propósito e sem futuro e que apenas gera equipes dependentes e fracas, comprometendo o próprio trabalho e a continuidade da organização, portanto, forme novos líderes!

Publicado no Blog da Liderança

sábado, 18 de julho de 2015

A diferença entre chefe versus líder


quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Motivação da Doação

Enoque Caló

"Este não era o momento de aceitar prata, nem roupas, nem de cobiçar olivais, vinhas, ovelhas, bois, servos e servas."
II Reis 5:26

Esta foi a palavra que Eliseu falou para Geazi, seu assistente de ministério.
Uma palavra difícil para orientar seu possível sucessor mesmo sabendo que a situação financeira e econômica do ministério de Eliseu não estava tão boa.
Aprendo nesta lição a importância em "pesar a motivação da doação", independentemente do valor desta. Se olharmos pelo aspecto financeiro a rejeição de Eliseu era quase uma "tolice', como poderia recusar uma oferta milionária para um ministério carente?
Nos versos anteriores podemos perceber Naamã insistindo para que Eliseu aceitasse, mas ele jura em Nome do Senhor que não aceitaria.
Setenta e dois quilos de ouro ultrapassariam hoje, quem sabe, o valor de sete milhões de reais.
E nós, aceitaríamos tal valor ou recusaríamos? Ou até agradeceríamos numa exclamação: Nossa você não imagina o quanto eu estava orando para receber tão grande quantia!
Entendo a preocupação dos líderes em poder ter o sustento para si e para a obra, mas como "dividir" no momento presente a administração das almas e do patrimônio?
Eliseu quando recebe seu chamado estava administrando um patrimônio interessante e muito valioso por sinal: as doze juntas de bois. Ele não era um homem que não havia experimentado um bom momento, ele sabia o que era ter recursos. Após o reconhecimento do seu chamado ele se desfaz do patrimônio e oferece um "grande churrasco" para a população local (I Reis 19.21). Agora, diante do rico Naamã ele tem uma posição de recusa ao dizer: "Eu não aceitarei estes presentes". Fez isso pois pesou a motivação da doação.
Já seu assistente fica transtornado ao ver Eliseu rejeitando todo aquele valor. Ele quebra princípios, usa o nome ou crédito de Eliseu de forma imprópria e coloca seu plano em prática. Porém chegou o momento de encarar a realidade onde estaria novamente na frente de Eliseu. Neste momento Eliseu dá uma palavra de repreensão ao seu assistente que já havia deixado a corrupção tomar conta do seu coração. Interessante que aquilo que é apropriado sem a devida legalidade deverá ser escondido, foi isto que o assistente fez com os setenta quilos de prata e duas mudas de roupas.
O mesmo se aplica nos dias de hoje quando é apresentado patrimônio além da receita e este é colocado em nome de terceiros para que não seja pego por algum órgão fiscalizador.
Fico impressionado como alguns acham simples sustentar uma construção de projetos suntuosos que nem ao menos serão funcionais, passarão setenta por cento do tempo fechado sem utilidade. Poderiam ser abertos para atender a população local com projetos educacionais e sociais afim de que o evangelho fosse conhecido por estas portas, mas geralmente eles não existem.
Até quando a vaidade do nosso coração nos fará ignorar os princípios bíblicos e como nos desprender do material para investir nas pessoas? Será que como Eliseu teremos condição de ignorar o valor patrimonial e transformar este em instrumento de investimento em pessoas?

Sim ou não?
Ao longo do nosso ministério poderemos receber presença de "Naamãs" com presentes caros e significativos. O grande desafio será ter a mesma atitude de Eliseu em saber pesar a motivação da doação e estarmos prontos para rejeitar tais presentes sem perder o foco de colocar em prática o chamado. Ou, podemos ignorar esta sensibilidade e receber toda e qualquer oferta, pois quanto mais, melhor.
Todo momento ou tempo será tempo de receber? Pela instrução dada ao assistente, que não entendeu ou discerniu a motivação da doação, aprendemos que tem tempo de receber, e tempo de não receber.
Ao receber algo no tempo que não deveria ocasionou uma tragédia para o tempo presente do assistente e também para o futuro da sua família. A ambição pelas riquezas pode nos trazer marcas irreparáveis, que inclusive nossa descendência poderá também sofrer as consequências de um ato deliberado por um coração corrompido.
Como nos comportaríamos no lugar de Eliseu? Teremos condição de rejeitar uma proposta ou oferta milionária e estamos dispostos a pesar a motivação da doação?

Publicado em Instituto Jetro

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site http://boo-box.link/AWNB/ e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com

segunda-feira, 22 de junho de 2015

13 Sugestões Práticas para Pastores Treinarem Novos Líderes

(*) Bobby Jamieson

A maioria dos pastores está bem familiarizada com a tirania do urgente. Geralmente há tantas brechas a tapar que parece impossível diminuir o ritmo e gastar o tempo que é necessário para treinar uma tripulação – isto é, para levantar novos líderes de igreja.
Contudo, como pastor, há diversas razões pelas quais você deve estar regularmente discipulando homens que tenham o potencial para servir como presbíteros, seja na sua igreja ou em outra.

Por que pastores devem treinar líderes

1. A Escritura ordena.
Em 2 Timóteo 2.2, Paulo escreve: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”. Uma vez que 2 Timóteo não foi escrita somente para Timóteo, mas para todos nós (Romanos 15.4; 2 Timóteo 3.16-17), todo pastor de uma igreja local deve treinar outros homens para serem mestres na igreja.

2. Pastores são mais aptos para treinar outros pastores.
Homens em treinamento para o ministério aprenderão melhor com aqueles que estão envolvidos na obra em tempo integral. Eles obterão sabedoria prática, sensibilidades pessoais e um entendimento minucioso da obra que não teriam de nenhuma outra maneira.

3. A igreja precisa.
Como pastor, você precisa assumir a liderança de levantar líderes, quer esses líderes venham a servir na sua própria igreja como presbíteros, quer eles vão a outro lugar. Se você não discipular líderes, quem o fará?

4. Isso evangeliza futuras gerações.
Um pastor pode fazer uma “obra missionária” para o futuro ao levantar líderes no presente. Quem liderará a sua igreja e evangelizará a sua comunidade quando você se for? Levante líderes agora e você conseguirá anunciar o evangelho não apenas na sua comunidade, mas no futuro.

Como pastores podem treinar líderes
Mas como um pastor super-ocupado, com uma escassa margem de recursos, pode discipular homens para serem líderes de igreja? Aqui está um punhado de sugestões práticas.

1. Compartilhe o seu púlpito (com cautela). Procure maneiras de dar a jovens homens de sua congregação, que sejam doutrinária e pastoralmente confiáveis, oportunidades para pregar e ensinar, ainda que eles não tenham a prática de falar em público.

2. Ensine a sua congregação a cuidar de outras igrejas e dos propósitos mais amplos do reino de Deus. O objetivo é que a igreja como um todo abrace a meta de levantar pastores tanto para si mesma como para outras igrejas. Encoraje-os a ver que isso lhes trará mais benefícios no longo prazo. O seu encorajamento e liderança irão ajudá-los a serem mais generosos, a orar e a ser mais pacientes com homens mais jovens e inexperientes.

3. Ore publicamente por outras igrejas e pastores, pelo nome.

4. Ore publicamente pela propagação do evangelho em outras nações, pelo nome.

5. Procure outras maneiras de oferecer oportunidades de ensino e evangelização a homens mais jovens, como classes de escola dominical, oração pública ou a direção do culto. Treine-os no processo. Faça avaliações construtivas.

6. Mantenha uma “revisão de culto” semanal. Convide quem esteja publicamente envolvido no ministério da igreja a recapitular os eventos do dia. Peça avaliações construtivas de sua pregação ou direção de culto. Seja um modelo de como dar e receber encorajamento e críticas piedosas. (Dicas: enfatize o que for bíblico, teológico, pastoral, em vez do que for de sua preferência pessoal. Seja honesto, mas não lance um monte de críticas sobre os jovens e inexperientes de uma só vez. Procure evidências da graça e certifique-se de que os participantes saiam sentindo-se encorajados e edificados.)

7. Estabeleça um exemplo pessoal de evangelização, amizades com não-cristãos e discipulado de cristãos mais jovens. Olhe para aqueles que começam a imitar seu exemplo e invista especificamente neles.

8. Considere desenvolver um estágio pastoral.

9. Dê grandes quantidades de bons livros. Convide líderes em formação para uma conversa sobre o livro que você lhes deu, uma vez que eles o tenham lido.

10. Convide homens mais jovens para a sua sala de estudos, para que eles leiam e produzam à medida que você faz o mesmo.

11. Convide líderes em formação para que participem do seu processo de preparação do sermão. Discuta o texto com um ou dois outros homens à medida que você estuda. Após obter o ponto principal do texto, convide alguém para pensar em aplicações do sermão com você.

12. Pense em quaisquer janelas em sua vida e ministério que você possa abrir para líderes em formação: refeições em sua casa, tarefas cotidianas, visitas pastorais, compromissos em outras igrejas, conferências.

13. Discuta questões pastorais (que não sejam delicadas) com homens mais jovens e peça-lhes sua contribuição. Isso os treinará a pensar teológica e pastoralmente, e pode até mesmo dar a você uma nova percepção do problema.

Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
(*) Bobby Jamieson é doutorando em Novo Testamento na Universidade de Cambridge. Anteriormente, ele trabalhava como editor assistente do Ministério 9Marks, nos EUA.

Publicado em Ministério Fiel


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Exercendo a liderança baseada no poder de Deus

Cezar Andrade Marques de Azevedo

"Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda." (Jo 15:16)

Drucker (1986) já havia chamado atenção para a principal tarefa da administração, que é o de atender uma finalidade produtiva comum. Cabe ao administrador, enquanto no exercício de sua liderança, buscar o atendimento das necessidades legítimas de seus liderados, razão do Senhor exortar para a importância de produzir fruto permanente, fruto este que é obra do Espírito Santo no coração daquele que administra segundo o poder de Deus (I Pd 4:11).
Este fruto, que objetiva a construção de relacionamentos duradouros, se desdobra em nove facetas: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; ..." (Gl 5:22b,23a)
O amor, que encabeça a lista, não se trata de um sentimento, mas de uma atitude que não exige nada em troca, por isso chamado de amor incondicional conforme definição desta palavra segundo o original grego, transliterado por "ágape". Este comportamento tem sua origem na percepção que o homem é a imagem, conforme a semelhança de Deus, portanto devendo ser tratado com todo respeito e apreço, não importando sua atitude. O sentimento pode variar, mas o comportamento não, por ser um ato de vontade, sendo esta a razão do amor ser a base da influência exercida pelo líder sobre seus liderados.
As demais variantes do fruto do Espírito são atributos do amor visto sob outra ótica, por isso todas elas se baseiam no comportamento adotado.
Por gozo entende-se a satisfação de estar com o liderado, resultante do calor humano, pois não há ninguém que não tenha algo a acrescentar. Nós somos seres interdependentes e não podemos fugir a questão levantada por Deus a Caim: "onde está seu irmão?" (Gn 4:9).
Paulo, escrevendo aos Corintios fala do valor de cada membro em particular para o conjunto do corpo, demonstrando que o menor é revestido de maior honra e que qualquer parte que seja não pode prescindir da outra. Se os olhos se rebelarem contra as mãos, basta um cisco para chamar a ajuda delas para que os olhos sejam guiados, enquanto persistem suas trevas momentâneas (I Co 12). Em uma empresa, qualquer cargo ou função ocupada por um indivíduo visa atender a uma necessidade desta organização, sendo imprescindível sua participação, caso contrário não teria sua existência assegurada. Deixe o café de ser feito ou o banheiro de ser limpo e imediatamente se percebe o valor destas tarefas menores para o bem estar de todos.
A paz reflete a ausência de animosidade, permitindo o entendimento harmonioso entre as partes. Ela é fundamental para o exercício da comunicação, pois neutraliza o preconceito, tão maléfico para a compreensão mútua. Jesus fez menção do exercício contínuo do perdão como base para o relacionamento (Mt 18:22), ensinando que sua aplicação se tornou possível por causa do perdão recebido da parte de Deus (Mt 18:27). É preciso entender que Deus renunciou Seu direito de punir o homem na mesma proporção do delito que este cometera, por ter satisfeito Seu senso de justiça na bendita pessoa do Senhor Jesus Cristo, que assumiu este castigo em lugar do homem. Por este ato Deus reconciliou-se com a humanidade, ato este extensivo a todo aquele que o aceita pela fé, sendo declarado justo perante Deus (Rm 3:24).
Assim o erro deve ser tratado com firmeza e honestidade, sem ressentimento, antes respeitando o direito de plena defesa. O ressentimento age como câncer, correndo o relacionamento, motivando a desconfiança e promovendo a discórdia. Uma regra útil para lidar com situações problemáticas é manter o foco sobre o problema, não sobre o indivíduo, buscando soluções eficazes para neutralizar o erro, promover o acerto e reforçar o controle.
Ser longânimo é agir com generosidade e nobreza para com o liderado, pois o relacionamento deve ser baseado na sinceridade, franqueza e honestidade. Esta atitude é reforçada pela benignidade, que é ser brando e agradável no trato pessoal, pois o sábio Salomão já aconselhava que "a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (Pv 15:1), mesmo "porque a ira do homem não opera a justiça de Deus" (Tg 1:20), razão do seguinte conselho do apóstolo Tiago: "todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar" (Tg 1:19).
A atitude seguinte esperada do líder é a qualidade de agir com apreço e atenção, pois todo indivíduo busca ser amado e integrado no meio que pertence. Atos de bondades motivam a pessoa a dar o melhor de si, como foi o caso da velhinha que, ao ofertar na casa do tesouro, Jesus elogiou publicamente seu feito, demonstrando que seu ato fora em superior qualidade a todos os outros que tinham ofertado naquele dia (Lc 21:3,4). Por outro lado o líder estar atento ao ensino do Senhor, quando falou que a repreensão deve ser feita a sós (Mt 18:15), evitando humilhar seu liderado, afetando sua auto-estima.
Num mundo onde pouco valor se dá ao contrato firmado, cabe ao líder agir com fidelidade, que é a qualidade pela qual ele cumpre com suas obrigações para com seus liderados, demonstrando seu comprometimento para com eles, sustentando suas escolhas. O líder deve conceber seu local de trabalho como um jardim, no qual são criadas as condições para o crescimento sadio das plantas, preparando-as para que os frutos possam ser colhidos com qualidade. Assim, o exercício da liderança visa construir as condições favoráveis para o aperfeiçoamento contínuo, permitindo que seus subordinados tenham segurança que não haverá mudanças repentinas, injustificadas, antes recebam treinamento adequado e sejam motivados ao crescimento profissional e pessoal.
A mansidão é uma qualidade desejável ao líder por transmitir aos liderados a serenidade necessária para lidar com situações adversas, complexas e difíceis. Mediante uma atitude tranqüila, o líder torna-se um porto seguro em meio às crises, alguém com quem se possa recorrer quando as coisas não estão caminhando bem. Com isso se tem à última e fundamental qualidade, que é o exercício do domínio próprio, qualidade esta resultante do conhecimento de causa sobre as questões que lhe são afeta a liderança.
O domínio próprio reside no exercício da autoridade, que é bem distinta daquela conhecida pela administração secular. Esta confunde a autoridade e o poder como uma só coisa, definindo-a como sendo "meios de manipular, usar e controlar os outros" (Rush, 2005, p 10). Autoridade, contudo, resulta na influência pessoal sobre o subordinado para motivá-lo a fazer, portanto, não é com atos de forças que será produzida esta motivação, mas atos comportamentais que tem por base o amor incondicional.

Administrar: Fruto do Espírito
Resumindo, administrar segundo o poder que Deus dá (I Pd 4:11) exige do líder a manifestação do fruto do Espírito para que sua influência possa realmente atender as necessidades legítimas de seus liderados. O exercício deste tipo de liderança resulta em uma equipe comprometida, leal e criativa, que produz resultados com qualidade e relacionamentos duradouros. Este líder age baseado no amor incondicional, fundamentado em atos de vontade gerados pelo Espírito de Deus, por isso ele age:

• com calor humano, satisfeito por estar em contato com seu liderado, convicto que o ser humano é uma obra prima da parte de Deus e interdependentes uns dos outros;
• sem animosidade, livre de ressentimento, tendo seu coração pacificado, perdoando as faltas cometidas, sendo firme e honesto no trato pessoal;
• com generosidade e nobreza, respeitando seus subordinados independente do cargo ou função que exerça;
• com benignidade, sendo pronto no ouvir, brando na palavra e tardio no irar;
• com bondade, recompensando publicamente as atitudes positivas e repreendendo sempre em particular pelos erros cometidos;
• com fidelidade, cumprindo com suas obrigações e criando um ambiente favorável ao desenvolvimento profissional e pessoal de seus liderados;
• com mansidão, lidando com serenidade nas situações adversas, complexas e difíceis;
• exercendo domínio próprio sobre seus sentimentos e atitudes, influenciando o comportamento de seus liderados mediante seu exemplo de vida.

Ninguém manifestará estas qualidades de modo natural, antes exigirá intensa disciplina para a mudança do comportamento, contudo o líder será recompensado pela alegria indescritível, pois o Senhor Jesus ensinou que a verdadeira liderança se exerce mediante a disposição de servir, nunca por conta do desejo de ser superior ao seu semelhante, dando Ele próprio como exemplo daquele que exerce este tipo de conduta (Mt 20:25-28).

Para que estas qualidades se transformem em hábito, resultando na solidificação do caráter do líder, este deve estar consciente que precisará passar por quatro estágios (Hunter, 2004):

1. estágio em que não há consciência do hábito ou tem por ele profundo desinteresse;
2. estágio que se tem consciência da necessidade de mudar o hábito, mas não possui habilidade para esta mudança. Neste estágio todo esforço empreendido aparenta ser antinatural e desanimador;
3. estágio que se torna experiente no exercício da habilidade aprendida;
4. estágio que o hábito adquirido se torna natural, incorporado ao caráter, portanto, sendo feito de forma inconsciente.

Assim, o caminho para o exercício da liderança é penoso, exige grande dose de disciplina e sacrifício pessoal, mas produzirá como resultante a habilidade de influenciar os liderados para que trabalhem como uma equipe, visando atingir os objetivos que atendam ao bem comum.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com
____________________________
Hunter, James C. O Monge e o Executivo. Uma história sobre a essência da administração. 10° Ed, Rio de Janeiro. Sextante, 2004.